Negócios

Educação reforça pleitos por mais financiamento do governo

A Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior divulgou pesquisa que espera usar para convencer o governo federal a investir mais em educação


	Educação: pesquisa afirma que mais de 50% dos jovens não têm condições de arcar com mensalidades
 (Thinkstock)

Educação: pesquisa afirma que mais de 50% dos jovens não têm condições de arcar com mensalidades (Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2016 às 11h15.

São Paulo - O setor de ensino superior privado está reforçando ações para garantir mais recursos ao financiamento de estudantes junto ao governo federal, de olho na formatação de novas regras para o programa Fies a partir do próximo ano que estão sendo preparadas em um ambiente de restrição orçamentária.

A Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) divulgou nesta quarta-feira pesquisa com 1.000 pessoas de 18 a 30 anos que espera usar como munição para convencer o governo federal a investir mais em educação.

A pesquisa, a primeira de uma série que a entidade está preparando sobre o setor, afirma que mais de 50 por cento dos jovens não têm condições de arcar com mensalidades e que 91 por cento esperam que o governo aumente recursos do fundo de financiamento estudantil, o Fies.

"Vamos encaminhar os resultados da pesquisa para o presidente (interino Michel Temer), para o Ministério da Educação e parlamentares de todo o Brasil", afirmou o presidente da Abmes, Janguiê Diniz, também presidente da Ser Educacional. "O governo não pode restringir ou cortar orçamento na área educacional, que é o motor do desenvolvimento do país", acrescentou.

A pesquisa foi divulgada depois que Temer anunciou em meados de junho abertura de 75 mil vagas para o Fies no segundo semestre, após oferta de 250 mil na primeira metade do ano, das quais 115 mil não foram preenchidas.

Segundo a pesquisa da Abmes, realizada em parceria com o Instituto MDA, de Minas Gerais, cerca de 30 por cento dos entrevistados gostariam de cursar Medicina, Direito ou Engenharias, enquanto a prioridade de alocação de recursos do Fies é para vagas de medicina e engenharias.

"Tem quantidade significativa de jovens que não está conseguindo financiamento para estudar o que quer", disse Diniz.

Segundo ele, as 75 mil vagas anunciadas pelo governo para o segundo semestre não são suficientes para as necessidades da população e para ajudar o país a cumprir as metas do Plano Nacional de Educação.

Um dos objetivos do PNE, em que o financiamento federal é tido como importante alavanca, é elevar a taxa bruta de matrícula no ensino superior até 2024 para 50 por cento da população de 18 a 24 anos.

"Se tiver 200 mil vagas de Fies por ano, em 2024 vamos atingir apenas 23 por cento", disse Diniz, acrescentando que apenas 17 por cento dos jovens do país estão cursando universidade atualmente.

Na semana passada, o ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou que o governo Temer tem interesse em ampliar a oferta de vagas do Fies em 2017 e que a formatação do programa para o próximo ano está sendo discutida junto a bancos e instituições financeiras privadas para garantir sua sustentabilidade no médio e longo prazo.

Chamado pelo ministro de "Fies Turbo", o plano teria como objetivo oferecer pelo menos 220 mil vagas de Fies em 2017.

Acompanhe tudo sobre:EducaçãoEnsino superiorFies

Mais de Negócios

ApexBrasil e EXAME lançam o prêmio Melhores dos Negócios Internacionais 2024. Inscreva-se

Como a chef carioca Alessandra Montagne despontou na terra de Alain Ducasse

'Fabricado em Cantão': marcas chinesas garantem espaço nos Jogos Olímpicos de Paris

Uber expande frota com 100 mil carros elétricos da BYD na América Latina e Europa

Mais na Exame