Editoras se unem para criar empresa de distribuição de livro digital
Sextante, Objetiva, Record, Rocco, L&PM e Planeta formam uma joint-venture para distribuir livros digitais às livrarias pontocom
Tatiana Vaz
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
São Paulo - Uma joint-venture está sendo formada pelas editoras Sextante, Objetiva, Record, Rocco, L&PM e Planeta para a criação de uma distribuidora de livros digitais, que deve chegar ao mercado brasileiro em agosto. Juntas, as editoras investirão 1,5 milhão de reais na nova companhia, provisoriamente batizada de Distribuidora de Livro Digital.
A idéia das editoras é oferecer aos autores de seus catálogos a transformação de todo conteúdo das obras publicadas em formato impresso para digital. A nova companhia ficará responsável pela administração, controle e segurança de toda a obra digitalizada.
"Com a união, também podemos barganhar preços melhores com as grandes livrarias pontocom, como Apple, Amazon e Saraiva", diz Tomas Pereira, um dos sócios da editora Sextante, em entrevista exclusiva ao site EXAME.
De acordo com o executivo, a venda em grande quantidade de livros digitais para essas empresas, bem como a redução do custo na produção das obras, irá ajudar o formato a se popularizar no país. "Estimamos que os livros digitais chegarão às mãos dos leitores com preços até 30% menores", afirma Pereira. "Uma oferta maior de obras e preço mais acessível deve ainda incentivar os brasileiros a comprar mais leitores digitais".
O conselho da Distribuidora de Livro Digital ainda não está formado, mas deve ser composto por um integrante de cada editora participante. Por ser de um segmento completamente novo para os donos das editoras, a nova companhia deve ser presidida por um executivo neutro e com experiência na área de TI . "Ainda estamos alinhando a estratégia da companhia e, além das editoras já participantes, outras estão interessadas em entrar na parceria", diz Pereira.
A concepção da Distribuidora de Livro Digital foi baseada em um conceito semelhante existente no mercado espanhol, afirma Tomas. No Brasil, a iniciativa partiu da editora Objetiva, que pertence ao grupo espanhol Santillana/Prisa desde 2005. "Na Espanha, o grupo participa de uma parceria semelhante que tem dado muito certo, por isso a idéia de replicar o modelo para o Brasil", diz Pereira.