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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
Rio de Janeiro - Com 119 anos de história, a edição impressa do "Jornal do Brasil" deixará de circular no dia 1º de setembro e só será mantida sua versão online, informaram hoje seus proprietários.
O jornal perdeu milhares de assinantes nos últimos anos como consequência das contínuas mudanças na redação e de seus graves problemas financeiros.
Fundado em 1891, o jornal chegou a alcançar uma tiragem de 150 mil exemplares diários em seus melhores tempos, mas ultimamente sua circulação caiu para 21 mil.
O empresário Nelson Tanure, que controla o "JB", anunciou o fim da edição impressa em um anúncio de duas páginas publicado hoje no jornal.
"O 'Jornal do Brasil', coerente com sua tradição de pioneirismo e modernidade, se coloca mais uma vez à frente de seu tempo. A partir de 1º de setembro de 2010 o 'JB' passa a ser o primeiro jornal 100% digital", aponta o anúncio divulgado na versão impressa, sem fazer menção a problemas financeiros.
A direção do jornal assegurou que os leitores consultados sobre a decisão aprovaram a medida, e terão que pagar R$ 9,90 mensais para ter acesso à edição na internet.
"Lamentamos pelo passado do 'Jornal do Brasil' como uma referência no jornalismo brasileiro e uma grande escola de jornalistas. Mas isso ocorreu por equívocos empresariais", afirmou o diretor-executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira, ao descartar que o setor esteja enfrentando uma crise.
"A circulação dos jornais no Brasil vem crescendo, à exceção do ano passado, devido à crise, mas em 2010 vai voltar a aumentar. No Brasil, há muito espaço para a leitura dos jornais crescer", acrescentou Pedreira, que considera o caso do "Jornal do Brasil" como isolado.
Segundo a ANJ, a circulação média dos jornais no Brasil cresceu 31% entre 2004 e 2008, mas caiu 3,46% no ano passado.