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eBay quer acelerar recrutamento de vendedores no Brasil

Companhia espera, ainda neste ano, investir em ajustes tecnológicos para facilitar a vida de quem fala português e quer vender no exterior

eBay: foco no Brasil é o chamado e-commerce "cross-border" (David Paul Morris/Bloomberg)

eBay: foco no Brasil é o chamado e-commerce "cross-border" (David Paul Morris/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de junho de 2018 às 09h54.

São Paulo - Uma das marcas mais tradicionais do e-commerce, o americano eBay está voltando suas atenções para o Brasil. A executiva responsável pela operação na América Latina e Canadá, Andrea Stairs, afirma que a meta é acelerar o crescimento da base de vendedores brasileiros, que comercializam itens na plataforma. Para isso, a companhia espera, ainda neste ano, investir em ajustes tecnológicos para facilitar a vida de quem fala português e quer vender no exterior.

O foco do eBay no Brasil é o chamado e-commerce "cross-border", quando mercadorias embarcam de um país para outro. O modelo de negócios da companhia é servir de plataforma para que outros vendedores comercializem produtos, pagando uma comissão.

Ou seja, o eBay não tem estoque próprio. Nesse modelo, o chamado "marketplace", o eBay começou como um site de leilões de produtos usados. Hoje, no entanto, 80% dos produtos vendidos são novos e 90% têm preço fixo, ou seja, não são vendidos via leilão.

Nomeada no início do ano para cuidar da operação latino-americana, Stairs esteve pela primeira vez no Brasil esta semana com o objetivo de recrutar vendedores. Atualmente, o eBay tem 4 mil vendedores brasileiros, todos eles exportadores, segundo a companhia.

O eBay espera ter nos próximos meses no Brasil uma série de facilidades como, por exemplo, a tradução da descrição de produtos vendidos por brasileiros para outras línguas de países onde esses itens podem ser comprados. A interface para listar produtos para venda também será em português.

Além de estimular os brasileiros a vender para outros mercados, o eBay tem buscado alcançar um número maior de compradores no Brasil. A empresa diz que está crescendo em linha com o mercado no país, com cerca de 15% de compradores a mais por ano.

O Brasil é um dos países do mundo que mais compra de varejistas internacionais. Segundo estudo da empresa de logística UPS, 81% dos brasileiros já fizeram compras internacionais online, porcentual que só perde para os 83% dos canadenses. Na Europa, o índice é de 71% e nos Estados Unidos, de 47%.

Segundo a Ebit, empresa especializada em informações sobre comércio eletrônico no Brasil, o eBay é o terceiro site onde os brasileiros mais compram ao fazer aquisições internacionais na internet. O site foi usado por 19% dos brasileiros que responderam à pesquisa da Ebit, atrás do chinês AliExpress, com 54%, e da também norte-americana Amazon, com 26%.

Desafios

O e-commerce cross-border no Brasil, no entanto, apresenta desafios. O prazo de entrega dos produtos comprados no exterior tem aumentado ao longo dos últimos anos, consequência de dificuldades burocráticas no Brasil, como as relacionadas ao sistema de alfândega. Ainda segundo a Ebit, em 2017 eram precisos em média 41 dias para um item comprado em outro país ser entregue ao consumidor brasileiro. O prazo piorou ante a média de 36 dias registrada tanto em 2015 como em 2016.

Já do lado dos vendedores brasileiros que buscam exportar, o desafio logístico é a principal barreira. Diferentemente do que tem feito a maioria dos marketplaces que atuam no Brasil, o eBay não lida com gestão de estoque nem logística. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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