"É importante que se construa uma saída", diz Jucá sobre Cemig
A área econômica do governo conta com as receitas de outorga das quatro usinas da estatal; a licitação está marcada para setembro
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de agosto de 2017 às 20h10.
Brasília - O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse nesta segunda-feira, 21, que o governo está discutindo a situação da Companhia Energética de Minas Gerais ( Cemig ) e que é importante que se construa uma saída que contemple tanto os pedidos de parlamentares mineiros, como a equipe econômica.
"Nós estamos discutindo, o Ministério de Minas e Energia está tentando construir junto com PPI (Programa de Parceiras de Investimentos), com o BNDES e o Planejamento uma saída, é muito importante que se construa uma saída", afirmou.
"A gente entende que é uma prioridade para Minas Gerais, mas também há necessidade de arrecadação e de equilíbrio do caixa do governo", afirmou, no Palácio do Planalto.
"Se ponderarmos esses dois pontos e conseguirmos uma construção, que é possível de acontecer, teremos uma solução que atenderá todos", disse.
Nesta segunda-feira, 21, em nota, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que vai enviar uma proposta de Medida Provisória (MP) ao Ministério do Planejamento ainda nesta segunda-feira, para permitir que o BNDES financie a Cemig.
O objetivo do parlamentar é tentar evitar o leilão no qual será oferecida a concessão de quatro hidrelétricas operadas atualmente pela estatal de energia, previsto para o próximo mês.
A área econômica do governo conta com as receitas de outorga das quatro usinas, fixadas num mínimo de R$ 11,05 bilhões, para reforçar a arrecadação deste ano. A licitação está marcada para setembro.
No entanto, a medida conta com a oposição da bancada mineira, que quer encontrar uma forma de deixar as usinas com a Cemig. Esse teria sido o tema de um encontro de Temer com o presidente afastado do PSDB na última sexta-feira.
Jucá rechaçou que a pressão de Aécio pela Cemig esteja relacionada também à crise interna do PSDB, que tem uma ala que quer o desembarque do governo.
"O caso da Cemig é uma questão brasileira, uma questão mineira, que está acima de questões partidárias."
"É algo que o governo está tentando resolver, porque entende a relevância para Minas Gerais, mas entende também que esses recursos são necessários para o equilíbrio do governo este ano", disse.