Negócios

Dotz reforça presença em SP e prevê dobrar de tamanho até 2020

Companhia espera repetir na maior economia do país modelo de ciclo mais rápido de acúmulo e resgate de pontos em relação aos programas de rivais como Smiles

Dotz: empresa se apresenta como a maior do setor no país em número de associados, com cerca de 24 milhões (Facebook Dotz/Divulgação)

Dotz: empresa se apresenta como a maior do setor no país em número de associados, com cerca de 24 milhões (Facebook Dotz/Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 23 de março de 2018 às 19h38.

São Paulo - A administradora de programas de fidelidade Dotz vai dedicar ao menos metade dos 60 milhões de reais previstos de investimentos em 2018 para ampliar sua presença em São Paulo, dentro do plano para dobrar de tamanho até 2020.

A empresa, que se apresenta como a maior do setor no país em número de associados, com cerca de 24 milhões, está negociando no mercado paulista fazer parcerias similares às que têm em outras regiões metropolitanas do país, disse o presidente da Dotz, Roberto Chade.

Com a ofensiva, a companhia espera repetir na maior economia do país o modelo de ciclo mais rápido de acúmulo e resgate de pontos em relação aos programas de rivais como Smiles e Multiplus, nos quais o foco na busca de passagens aéreas, de valores maiores, torna o processo mais lento.

"Viagem é um ativo valioso, mas o que mais move o participante de um programa é a confiança de que vai conseguir a recompensa", disse Chade à Reuters, explicando que na Dotz cerca de 80 por cento do resgates não são de passagens aéreas.

Em praças como Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza, explica, é comum o resgate de pontos para pagar a compra de produtos de pequenos valores, como chope, água de coco ou contas de água e luz.

O movimento da Dotz acontece no momento em que rivais como Smiles e Multiplus têm registrado aumento no breakage, a taxa de pontos acumulados que expiram sem o resgate pelo participante, já que muitos não conseguem acumular pontuação suficiente para troca por passagens aéreas no prazo de validade dos pontos.

Segundo dados da Abemf, entidade que representa as empresas de fidelidade, o breakage subiu de 18,5 para 19,7 por cento no período de 12 meses encerrado em setembro passado.

Isso tem acontecido na esteira da maior recessão da história brasileira, o que permeou a desaceleração nos gastos das famílias, principal motor do acúmulo em programas de fidelidade.

Diante da queda do poder de compra do consumidor e do encarecimento dos preços das passagens aéreas compradas com pontos, as empresas de fidelidade têm ampliado a oferta de produtos com valores menores.

Nesta semana, a Smiles, da companhia aérea Gol, anunciou parceria para acúmulo e resgate de milhas com o aplicativo de transportes Uber. Em dezembro, a Multiplus, da Latam, havia feito acordo com a Cabify, rival do Uber.

A Dotz, que em abril passado fez parcerias com a área de comércio eletrônico das lojas Casas Bahia e Pontofrio, da Via Varejo, agora negocia entrar em redes menores. Um dos acordos já em ação é com a rede de supermercados Hirota.

"O objetivo é de tornar o processo de acúmulo e resgate mais frequente", disse Chade.

Além de São Paulo, a Dotz, que tem como sócia LoyaltyOne, dona do maior programa de recompensas do Canadá, já faz planos de se expandir internacionalmente, embora o executivo explique que os planos não são para já.

"Já registramos a marca em alguns países; temos que abrir fronteiras", disse Chade. O executivo disse ainda que uma eventual abertura de capital da empresa não faz parte dos planos de curto prazo da Dotz.

Acompanhe tudo sobre:Empresassao-paulo

Mais de Negócios

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões