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Dona da Havaianas reduz custos para poder pisar mais leve

Empresa tem cortado despesas para fazer com que margem não diminua, mesmo em um cenário não tão favorável para ela quanto o de agora

Havaianas, da Alpargatas: receita ficou em R$ 582,3 milhões no terceiro trimestre (Divulgação/Divulgação)

Tatiana Vaz

Publicado em 13 de novembro de 2012 às 09h23.

São Paulo - A Alpargatas foi capaz de calçar um sapato apertado, capaz de desagradar qualquer time de executivos acomodados para superar os desafios de mercados do último trimestre: o de cortar custos operacionais. E cortar muito.

A fabricante e dona de algumas das maiores marcas de calçados do país, como Havaianas , Topper, Rainha e, mais recentemente, também da Osklen , sabia que teria um cenário mais desafiador no período. Mesmo com o preço da borracha agora estabilizado, os consumidores estrangeiros (sobretudo argentinos) estariam dispostos a comprar bem menos que antes e a valorização da moeda americana elevaria o custo de produção dos produtos importados pela empresa, como os da marca Timberland.

“Optamos pelo foco na redução de custos e no controle do nosso nível de austeridade”, afirmou Marcio Utsch, diretor presidente na Alpargatas, durante a teleconferência de resultados da companhia. “A realização dessas medidas proporcionou a expansão dos negócios, com crescimentos de volume e receita, que resultaram na evolução das margens”.

No terceiro trimestre, a companhia teve um crescimento de receita de 25,1%, comparado ao segundo trimestre, para 582,3 milhões de reais. De janeiro a setembro, foram faturadas 170,574 milhões de unidades de calçados, vestuário e acessórios no Brasil, quantidade 10% maior que a do mesmo período de 2011. Em negócios nacionais a margem subiu de 42,3% para 44,1%, sendo que a margem ebitda foi de 8,7% para 16,5%.

Além de vender mais, a empresa passou a cobrar preços mais elevados – de 2,5% a 10% - e a vender itens de maior valor agregado, com o lançamento de produtos.

De janeiro a setembro, a receita líquida dos negócios internacionais aumentou 20,4% e chegou a 660,3 milhões de reais, e o ebtida, de 64,7 milhões de reais, foi 18,7% maior que o apresentado até setembro de 2011. De janeiro a setembro, o ebitda das subsidiárias (Estados Unidos, Europa e Argentina) e das exportações foi de 36,2 milhões de reais, valor 189,6% superior ao do mesmo período do ano anterior, e a margem, de 13,7%, foi 7,4% no período.

Medidas austeras

Já os custos operacionais aumentaram 6,24% para 235,4 milhões de reais no trimestre comparado ao mesmo período do ano anterior, valor que deveria ter sido bem maior, se não fosse a tal austeridade aplicada, em especial, às apresentadas no balanço como “outras despesas”. Essas acabaram sendo reduzidas de 5,7 milhões de reais para 886 mil reais em doze meses. Do que tal redução se trata?


“São medidas que tomamos para melhorar nossa eficiência de maneira geral e que nos ajudarão a ter melhores margens”, afirmou Utsch quando questionado por um analista.

Veja abaixo, algumas medidas apontadas pela Alpargatas para tal redução:

- apenas executivos que precisam viajar mais de dez horas de avião pela empresa tem direito a passagens de avião de classe executiva. Os demais voos são feitas apenas por viagens econômicas (inclusive as feitas por Utsch)

- investimentos de relacionamento e divulgação de marcas, como encontros de vendas com lojistas, ponto de vendas e promoções foram, por ora, cancelados

- a área de Recursos Humanos congelou admissões e demissões para tentar fazer com que os valores destinados à pessoas fosse mantido

- redução de despesas comerciais e despesas internas de administração nos últimos meses

- também houve redução de gastos operacionais, com a troca de motores que consomem menos energia elétrica, por exemplo

- saídas de caixa para fins que tragam aumento de capacidade de produção foram priorizadas

- no entanto, aportes destinados a benefícios para a empresa a longo prazo, como a construção de uma nova sala na sede, por exemplo, foram cancelados ou prorrogados.

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São Paulo - A Alpargatas foi capaz de calçar um sapato apertado, capaz de desagradar qualquer time de executivos acomodados para superar os desafios de mercados do último trimestre: o de cortar custos operacionais. E cortar muito.

A fabricante e dona de algumas das maiores marcas de calçados do país, como Havaianas , Topper, Rainha e, mais recentemente, também da Osklen , sabia que teria um cenário mais desafiador no período. Mesmo com o preço da borracha agora estabilizado, os consumidores estrangeiros (sobretudo argentinos) estariam dispostos a comprar bem menos que antes e a valorização da moeda americana elevaria o custo de produção dos produtos importados pela empresa, como os da marca Timberland.

“Optamos pelo foco na redução de custos e no controle do nosso nível de austeridade”, afirmou Marcio Utsch, diretor presidente na Alpargatas, durante a teleconferência de resultados da companhia. “A realização dessas medidas proporcionou a expansão dos negócios, com crescimentos de volume e receita, que resultaram na evolução das margens”.

No terceiro trimestre, a companhia teve um crescimento de receita de 25,1%, comparado ao segundo trimestre, para 582,3 milhões de reais. De janeiro a setembro, foram faturadas 170,574 milhões de unidades de calçados, vestuário e acessórios no Brasil, quantidade 10% maior que a do mesmo período de 2011. Em negócios nacionais a margem subiu de 42,3% para 44,1%, sendo que a margem ebitda foi de 8,7% para 16,5%.

Além de vender mais, a empresa passou a cobrar preços mais elevados – de 2,5% a 10% - e a vender itens de maior valor agregado, com o lançamento de produtos.

De janeiro a setembro, a receita líquida dos negócios internacionais aumentou 20,4% e chegou a 660,3 milhões de reais, e o ebtida, de 64,7 milhões de reais, foi 18,7% maior que o apresentado até setembro de 2011. De janeiro a setembro, o ebitda das subsidiárias (Estados Unidos, Europa e Argentina) e das exportações foi de 36,2 milhões de reais, valor 189,6% superior ao do mesmo período do ano anterior, e a margem, de 13,7%, foi 7,4% no período.

Medidas austeras

Já os custos operacionais aumentaram 6,24% para 235,4 milhões de reais no trimestre comparado ao mesmo período do ano anterior, valor que deveria ter sido bem maior, se não fosse a tal austeridade aplicada, em especial, às apresentadas no balanço como “outras despesas”. Essas acabaram sendo reduzidas de 5,7 milhões de reais para 886 mil reais em doze meses. Do que tal redução se trata?


“São medidas que tomamos para melhorar nossa eficiência de maneira geral e que nos ajudarão a ter melhores margens”, afirmou Utsch quando questionado por um analista.

Veja abaixo, algumas medidas apontadas pela Alpargatas para tal redução:

- apenas executivos que precisam viajar mais de dez horas de avião pela empresa tem direito a passagens de avião de classe executiva. Os demais voos são feitas apenas por viagens econômicas (inclusive as feitas por Utsch)

- investimentos de relacionamento e divulgação de marcas, como encontros de vendas com lojistas, ponto de vendas e promoções foram, por ora, cancelados

- a área de Recursos Humanos congelou admissões e demissões para tentar fazer com que os valores destinados à pessoas fosse mantido

- redução de despesas comerciais e despesas internas de administração nos últimos meses

- também houve redução de gastos operacionais, com a troca de motores que consomem menos energia elétrica, por exemplo

- saídas de caixa para fins que tragam aumento de capacidade de produção foram priorizadas

- no entanto, aportes destinados a benefícios para a empresa a longo prazo, como a construção de uma nova sala na sede, por exemplo, foram cancelados ou prorrogados.

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