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Dólar e inverno: os desafios que pressionaram os resultados da Renner

Receitas chegaram a 2 bilhões de reais, alta de 13,4%, e as vendas na categoria de mesmas lojas aumentaram 9,3%. Lucro caiu 14,4% no segundo trimestre

Loja da Renner no Shopping JK Iguatemi Foto: Germano Lüders 07/03/2018 (Germano Lüders/Exame)

Karin Salomão

Publicado em 31 de julho de 2019 às 06h00.

Última atualização em 31 de julho de 2019 às 06h00.

A varejista Renner precisou se adaptar a um inverno mais ameno para manter o crescimento das receitas. No entanto, a variação cambial e provisões para pagamentos pressionaram as margens e o lucro da companhia chegou a 235 milhões de reais, queda de 14,4%.

As receitas chegaram a 2 bilhões de reais, alta de 13,4%, enquanto as vendas na categoria de mesmas lojas aumentaram 9,3%.Segundo Laurence Gomes, diretor financeiro e de relações com investidores da varejista, o aumento das vendas se deu principalmente por conta de coleções acertadas. Conseguimos oferecer um sortimento mais adequado ao clima", disse, em entrevista a EXAME.

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O clima atrapalhou e a Renner começou o trimestre com um problema nas mãos. O inverno demorou a chegar e as temperaturas se mantiveram mais amenas durante o período. Ao invés de enviar para as lojas a coleção de inverno que tinha preparado, a companhia mudou os planos e conseguiu desenvolver rapidamente uma coleção de meia estação. "Passamos pelo inverno com níveis baixos de estoques e remarcações saudáveis", disse o diretor.

A maior alta nas vendas, de 24,2%, foi na marca YouCom, mais jovem e com mais apelo ao consumo de moda. Já nas lojas Renner as receitas cresceram 13,9% e na Camicado, de itens para casa, a alta foi de 2,7%.

A rapidez na adaptação da varejista é fruto de um investimento feito de 2012 a 2018 para mudar o modelo de desenvolvimento de novas coleções e aproximar a companhia do fast fashion. O objetivo é lançar peças reativas, ou seja, de olho nas demandas atuais do consumidor. Para isso, a companhia aumentou as equipes de tecnologia e desenvolvimento de produtos, afirmou Gomes.

Pressão na margem

Apesar do aumento das vendas, o lucro da companhia caiu 14,4%, como consequência da redução de 1 ponto na margem bruta. A margem líquida encolheu 3,8 pontos, para 11,6%. A queda foi provocada pela desvalorização do real, que afetou o preço dos produtos importados. Segundo o diretor, essa queda na margem já era esperada e, para o segundo semestre, o efeito do câmbio deve ser menor.

Outro impacto é a provisão para pagamentos de participação de resultado. Como no mesmo trimestre do ano passado a performance da companhia estava mais fraca, com greve dos caminhoneiros e Copa do Mundo, as provisões para esses pagamentos foram menores. Esse ano, de forma contrária, as metas de vendas estão sendo atingidas e, assim, a provisão para pagamentos de participação de resultado também precisam ser maiores.

Para o segundo semestre, a companhia espera impulsionar sua transformação digital, com o desenvolvimento de etiquetas eletrônicas de rádio frequência que podem ajudar na gestão de estoque em lojas. Os centros de distribuição de lojas físicas e do comércio eletrônico também foram unificados para dar mais agilidade às entregas.

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