Negócios

Disney implementa resgate para salvar parques em Paris

Pacote dará a Disneyland Paris e ao seu parque irmão Walt Disney Studios pelo menos US$ 1,3 bilhão em dez anos para adicionar atrações e arrumar os terrenos

Multidão na avenida principal do Disneyland Resort Paris, em Marne-la-Vallee, próximo de Paris (Jean-Claude Coutausse/Bloomberg News)

Multidão na avenida principal do Disneyland Resort Paris, em Marne-la-Vallee, próximo de Paris (Jean-Claude Coutausse/Bloomberg News)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2014 às 23h31.

Los Angeles/Londres/Paris - No ano passado, mais de 8.000 pessoas assinaram uma petição em Change.org para pedir ao presidente e CEO da Walt Disney, Robert Iger, que “salvasse Disneyland Paris”.

Escrita em seis idiomas, a petição registrou reclamações pela má manutenção, a comida nojenta e as atrações mediocres no resort deficitário, aberto em 1992. Nesta semana, Iger mostrou que escutou os apelos.

Um pacote de resgate apresentado em 6 de outubro dará a Disneyland Paris e ao seu parque irmão Walt Disney Studios pelo menos um bilhão de euros (US$ 1,3 bilhão) em dez anos para adicionar atrações e arrumar os terrenos.

A Euro Disney SCA provavelmente atualize a atração Star Tours em Disneyland Paris, segundo o observador da indústria Robert Niles, e a empresa disse que rejuvenescerá “Indiana Jones e o Templo da Perdição” e “Big Thunder Mountain”.

“Eles terão que realizar um investimento significativo de capital”, disse Niles, editor do site Theme Park Insider. “Passaram vinte anos”.

A Euro Disney disse que também renovará hotéis e revigorará ícones como o Castelo da Bela Adormecida (Le Château de la Belle au Bois Dormant).

Em julho, a Walt Disney Studios abriu uma atração e um restaurante baseados em Ratatouille que atraíram mais de um milhão de visitantes, disse a empresa.

Nos últimos cinco anos, a Euro Disney gastou mais de 500 milhões de euros, segundo a Walt Disney, a maior empresa de entretenimento do mundo, com sede em Burbank, Califórnia.

Mark Stead, diretor financeiro da Euro Disney, disse ao jornal The Guardian que ele esperava trazer tecnologia dos EUA para reformar e acrescentar novas experiências nas atrações.

É improvável que sejam incorporadas novas atrações com base em filmes de grande sucesso, disse ele.

Disney Studios

É preciso fazer mais, segundo Dennis Spiegel, consultor de parques de diversões em Cincinnati.

Os parques da Euro Disney, especialmente Walt Disney Studios, poderiam se beneficiar com atrações baseadas em super-heróis da Marvel presentes em filmes da Disney como “The Avengers: Os Vingadores” e “Homem de Ferro 3”.

O parque Walt Disney Studios tem “um aspecto excessivamente estéril e industrial, não parece um parque da Disney”, disse Spiegel em entrevista por telefone. “Eles não estão recebendo o mesmo nível de entusiasmo nem de pessoas dispostas a gastarem”.

Economias europeias

A Euro Disney deve parte das suas penúrias às dificuldades das economias europeias. Prevê-se que neste ano a assistência caia cerca de 5 por cento, para 14,2 milhões de visitantes, disse a empresa em 6 de outubro.

A taxa de ocupação de hotéis também declinará e o gasto por quarto se manterá igual.

Esta não é a primeira reestruturação financeira da Euro Disney. Em 1994, dois anos depois da abertura, o príncipe saudita Alwaleed bin Talal adquiriu uma participação de 10 por cento em um refinanciamento.

Dois anos atrás, a Euro Disney consolidou a dívida de vários bancos em um empréstimo da empresa Disney.

Agora, a dependência da empresa da sua companhia controladora na Califórnia parece destinada a crescer.

A Euro Disney recorrerá aos seus atuais investidores, incluindo a Disney, para obter até 420 milhões de euros por meio de uma oferta de direitos.

Além disso, a empresa da Califórnia converterá 600 milhões de euros em dívidas em ações da Euro Disney. Finalmente, a Euro Disney adiará os pagamentos de capital de dívida até 2024, liberando até 800 milhões de euros em dez anos.

Ao jogar uma corda de salvamento à operação deficitária da Euro Disney, a empresa da Califórnia poderia acabar se tornando a dona majoritária.

“A Euro Disney passou por alguns tempos financeiramente duros, se não tivesse sido a Disney talvez não teria sobrevivido”, disse John Gerner, consultor de parques de diversões em Richmond, Virgínia. “Era grande demais para falir”.

Acompanhe tudo sobre:DisneyEmpresasEmpresas americanasEntretenimentoInvestimentos de empresasServiços

Mais de Negócios

Kopenhagen planeja abrir 200 unidades ainda em 2024. Para isso, aposta em loja compacta de R$300 mil

Feira de franquias da ABF: conheça redes com novos modelos a partir de R$ 30 mil

De olho em mercado de US$ 5,7 bi, startup capta R$ 7 milhões para transformar sites em marketplaces

Playcenter: Cacau Show terá 100 parques da marca nos próximos anos; veja onde fica o próximo

Mais na Exame