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Cúpula da GM foi alertada sobre falta de qualidade em 2002

Ex-chefe de supervisão corporativa de qualidade advertiu diretoria da GM em 2002 para fazer recall de veículos suspeitos que já estavam nas mãos dos clientes


	Trabalhador na linha de montagem da fábrica da GM em São Caetano do Sul
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Trabalhador na linha de montagem da fábrica da GM em São Caetano do Sul (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2014 às 15h01.

 Um ex-chefe de supervisão corporativa de qualidade da <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/gm">General Motors</a></strong> advertiu a diretoria da empresa em uma carta em 2002 que ela precisava "interromper a contínua remessa de veículos inseguros" e "fazer o recall de veículos suspeitos que já estavam nas mãos dos clientes."</p>

A carta de William McAleer mostra que os diretores e a alta administração da GM foram informados dos graves defeitos de segurança em veículos que estavam saindo das linhas de produção da empresa mais de 11 anos antes de a GM fazer o recall de milhões de veículos por problemas nas chaves de ignição ligados a pelo menos 13 mortes.

O conteúdo da carta não havia sido publicado anteriormente. O porta-voz da GM Jim Cain disse que era incapaz de responder a detalhes de eventos ocorridos há 12 anos, mas que a empresa leva as preocupações a sério hoje. "Nós estamos realizando o que acreditamos ser a mais exaustiva e abrangente revisão de segurança da história da companhia, e isso inclui olhar para veículos que foram construídas na década de 1990. E se encontrarmos qualquer coisa que seja uma questão de segurança, nós vamos agir", ele disse.

McAleer, ex-chefe de um grupo responsável pelo controle de qualidade em carros cuja remessa era feita na América do Norte, disse que sua unidade regularmente achava sérios problemas em veículos novos e que quando ele levantou suas preocupações, recebeu a resposta de que sua equipe deveria ficar de fora de problemas de segurança.

Ele disse à diretoria que a empresa deveria interromper a remessa de carros inseguros, lançar recalls, e revisar controles de qualidade para tornar a companhia "independente de política corporativa e de preocupações com redução de custos." McAleer afirmou que foi transferido do seu posto no final de 1998. Registros de tribunal mostram que ele processou a GM sem sucesso pelo menos quatro vezes, visando principalmente proteção como denunciante.

Uma cópia da carta foi enviada a cada um dos 12 diretores da época, incluindo o então presidente-executivo Rick Wagoner e o então presidente John Smith.

No texto, McAleer acusou o mais alto chefe de qualidade na América do Norte na época, Tom LaSorda, de fazer uma "muralha de pedra" que incluía a tentativa de interrompê-lo de falar com a alta administração. LaSorda, que na época era vice-presidente da GM, mais tarde tornou-se CEO da Chrysler e, em seguida, CEO da Fisker Automotive. Ele atualmente é um investidor de risco na IncWell.

LaSorda se recusou a comentar as acusações na sexta-feira. McAleer mostrou os documentos à Reuters junto com cópias de recibos de entrega postal que disse apontarem que ele havia enviado cópias da carta a cada um dos diretores na sede da GM. McAleer afirmou à Reuters que os diretores operavam com medo de perderem seus empregos se levantassem preocupações de segurança.

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