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1. Antes do Ford T, carros tinham produção artesanal
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1/10 (Quatro Rodas)
Não é exagero nenhum dividir a indústria automobilística em duas eras: antes e depois do Ford T. Até 1908, quando foi lançado, os automóveis não passavam de brinquedos barulhentos, caros e perigosos. Foi apenas em 1913, quando Henry Ford se inspirou nos processos produtivos dos revólveres Colt e das máquinas de costura Singer, que o automóvel passou a ser fabricado em uma linha de montagem - e não mais artesanalmente. Com a produção em série, cada funcionário passou a ser responsável pela montagem de uma parte do veículo. A mudança gerou um enorme ganho de produtividade e revolucionou a indústria porque os carros passaram a ser bem mais baratos e finalmente acessíveis também aos trabalhadroes. O sucesso pode ser medido em números. Na década de 20, um em cada dois carros do mundo eram do modelo Ford T. Mais de 15 milhões de unidades foram produzidas pela montadora americana entre 1908 e 1927, quando o modelo foi substituído pelo Ford A. Com 20 cavalos de potência e apenas duas marchas, o carro alcançava a velocidade de 75 km/h. Em contrapartida, a mecânica do carro era tão simples que os próprios usuários costumavam consertá-lo. Nas próximas páginas, é possível conhecer outros nove carros que mudaram o mundo. A lista foi elaborada e publicada originalmente no site americano Fobes.com.
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2. Fusca foi o carro mais longevo
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2/10 (Quatro Rodas/Quatro Rodas)
Nenhum carro foi produzido durante tanto tempo quanto o Volkswagen Fusca - ou Beetle na maior parte do mundo. Durante 65 anos, entre 1938 e 2003, mais de 21 milhões de unidades foram produzidas em diversas fábricas da montadora alemã ao redor do mundo - sendo 3,35 milhões no Brasil. O modelo foi desenvolvido por Ferdinand Porsche a pedido do então ditador alemão Adolf Hitler, que lhe encomendou um carro para o povo. Inicialmente, no entanto, o carro teve uso militar, e somente após o fim da Segunda Guerra Mundial começou a ser vendido para civis. Pode parecer estranho hoje em dia, mas o carro tinha um motor resfriado a ar instalado na parte traseira. Sob o capô dianteiro, havia um pequeno espaço para a colocação de bagagens. Ainda assim, o Fusca era mais confortável e potente que a maioria dos carros econômicos vendidos na década de 50. O sucesso foi estrondoso até a década de 70, quando montadoras rivais como a General Motors e a Ford lançaram modelos mais modernos. A própria Volks decidiu então criar o Golf para substituí-lo paulatinamente, principalmente na Europa. Em breve, o Fusca se tornaria um carro destinado a mercados emergentes como o Brasil e o México. Em 1998, cinco anos antes de deixar de produzir o modelo em definitivo, a Volkswagen lançou o New Beetle, um carro que se assemelhava ao original apenas no design. Bem-equipado e caro, o modelo não disputava consumidores do segmento econômico como o antecessor nem chegou perto de ser tão bem-sucedido.
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3. Jaguar XK ainda é considerado um dos carros mais bonitos
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3/10 (Getty Images)
Quando foi lançado em 1948, o Jaguar XK foi imediatamente reconhecido como um marco para a indústria automobilística. O modelo produzido pela montadora britânica não era apenas o veículos mais rápido de sua época. Era também o mais bonito. Tanto que ainda hoje é reconhecido por seu design. O automóvel seduziu estrelas de Hollywood, como Clark Gable e Lauren Bacall. Imagens dos atores dirigindo o Jaguar XK 120 somente contribuíram para que o carro fosse ainda mais incensado. Em 1996, a Jaguar relançou o modelo XK e o posicionou como um coupé conversível. Em 2008, a Ford vendeu a Jaguar para a indiana Tata Motors, que manteve o modelo no mercado.
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4. Trabant virou símbolo do fracasso do comunismo
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4/10 (Getty Images)
Produzido pela montadora VEB Sachsenring Automobilwerke Zwickau, da antiga Alemanha Oriental, o Trabant é apontado pelos historiadores como um símbolo do fracasso do comunismo. O projeto nasceu do sonho da Alemanha Oriental de criar um carro barato e acessível à população. Inicialmente o veículo até foi bem-recebido. Chegou a ser o mais vendido do país e também a ser exportado para parceiros do bloco soviético. No entanto, o desenvolvimento da indústria automobilística mundial não foi acompanhado pela Alemanha Oriental. O isolamento dos países comunistas e a falta de competição entre as empresas tornaram obsoletos os carros produzidos dentro do bloco liderado pela antiga União Soviética. As cerca de 3 milhões de unidades do Trabant foram produzidas durante 30 anos com praticamente a mesma tecnologia. O modelo se tornou um carro mais poluente, caro, inseguro e beberrão do que muitos concorrentes do mundo capitalista. Na foto ao lado, o Trabi, como também era chamado, aparece ao lado do antigo Muro de Berlim, outro símbolo do regime comunista.
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5. 911 é sinônimo da Porsche
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5/10 (Getty Images)
Em tempos em que os veículos evoluem tão rápido, dificilmente um único modelo acaba por definir o que é o espírito de uma montadora. Um desses casos raros é o Porsche 911. O carro esportivo da montadora alemã é considerado tão bem-sucedido que os conceitos básicos de construção permanecem os mesmos desde o início de sua montagem, em 1964. O sistema de resfriamento do motor a ar, por exemplo, foi desenvolvido por Ferdinand Porsche para o Fusca e adaptado para o Porsche 911, onde foi utilizado por quase 35 anos. As linhas básicas do design, com apenas duas portas e motor traseiro, são outra característica mantida praticamente inalterada pela Porsche. O carro também se tornou conhecido por disputar e vencer algumas das principais provas do automobilismo mundial, como Daytona (EUA), Nürburgring (Alemanha) e as 24 Horas de Le Mans (França).
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6. Mustang fez o mundo se encantar com carros mais potentes
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6/10 (Quatro Rodas)
Atualmente, o debate sobre sustentabilidade tem obrigado montadoras de todo o mundo a despejar bilhões de dólares no desenvolvimento de carros pouco poluentes e menos beberrões. Mas, durante várias décadas, o que milhões de consumidores mais valorizaram na hora de comprar um carro era a potência do motor. E nenhum outro modelo despertou mais o desejo das pessoas por carros potentes do que o Ford Mustang. Lançado em 1964, o veículo praticamente deu origem ao affair dos americanos com os carros musculosos. O sucesso foi tão grande que logo depois surgiram rivais como o Chevrolet Camaro e o Dodge Challenger. A longevidade do Mustang, no entanto, é a maior prova de seu sucesso. O carro, que carrega um cavalo como símbolo logo abaixo do capô, encontra-se em sua quinta geração. Em todo o portfólio da Ford, só há dois carros mais antigos: as picapes série F e o Falcon, ainda produzido na Austrália. Atualmente, o Mustang GT é equipado, na versão mais potente, com um motor 5.0 de 412 cavalos e um câmbio de seis velocidades.
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7. AMC Eagle foi um dos pioneiros dos modelos hatch
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7/10 (Wikipedia)
À primeira vista, o carro pode parecer apenas um irmão do antigo Volkswagen Passat. Mas o AMC Eagle foi um dos primeiros carro hatch produzidos nos Estados Unidos - ainda que o modelo também tenha sido vendido nas versões sedã e coupé. Hatch é o nome dado a carros em que o porta-malas e o banco traseiro fazem parte do mesmo compartimento. Esse é o formato da maioria dos carros populares brasileiros, como o Ford Fiesta ou o Volkswagen Gol, ente outros. AMC é a sigla para American Motors Corporation, que, até 1987, era uma das maiores montadoras americanas. Naquele ano, a empresa foi comprada pela Chrysler.
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8. Jeep Cherokee foi o ponto de partida da febre das SUVs
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8/10 (Divulgação)
Mais de 30 anos antes de as ruas de São Paulo serem invadidas por veículos grandes como a Hyundai Tucson, a Chevrolet Captiva e a Honda CR-V, uma montadora americana lançava o que seria o precursor da febre das SUVs. O Jeep Cherokee foi o primeiro utilitário esportivo a ser consumido em massa nas grandes cidades. Em 1974, quando o Cherokee foi lançado, concorrentes como o Range Rover ainda eram comprados principalmente para o uso off-road. Até a década de 90, as SUVs só ganharam espaço nos EUA e na Europa por se consolidarem como uma opção de transporte para famílias grandes. Os grandes diferenciais da SUVs em relação ás minivans eram a durabilidade e odesign mais agressivo. Com o crescimento das preocupações com a sustentabilidade, no entanto, esse tipo de carro beberrão tende a perder mercado nos países desenvolvidos.
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9. Dodge Caravan foi a minivan pioneira
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9/10 (Getty Images)
O Dodge Caravan está presente na lista de carros que revolucionaram o mundo por ter criado um segmento novo na indústria automobilística, o de minivans. No veículo, é possível acomodar uma família grande com conforto porque ele inclui sete assentos distribuídos em três fileiras. O carro também foi pensado para permitir o transporte mais amigável de crianças, com assentos giratórios e TV para os passageiros da segunda e da terceira fileira de assentos. A Dodge é uma das marcas da Chrysler, a terceira maior montadora dos EUA. Lançado em 1983, o carro já vendeu mais de 12 milhões de unidades. A partir de 2008, o veículo passou a ser comercializado unicamente com o nome de Grand Caravan.
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10. Toyota Prius é o híbrido mais vendido
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10/10 (Getty Images)
Com quase 2 milhões de unidades vendidas em mais de 40 países, o Toyota Prius é o carro híbrido mais vendido do mundo e também um dos maiores sucessos da história da montadora japonesa. A grande vantagem do Prius foi ter chegado ao mercado antes do que seus concorrentes. Lançado em 1997 no Japão, o carro pode ser considerado a primeira tentativa bem-sucedida das grandes montadoras mundiais em produzir um carro realmente amigável à natureza. O governo da Califórnia considera o Prius o carro mais limpo vendido nos Estados Unidos. Em geral, os carros híbridos são movidos a gasolina ou eletricidade. Quando o motor a gasolina é acionado, o próprio movimento do carro é responsável por recarregar a bateria que vai movimentá-lo quando o botão de "funcionamento elétrico" for acionado. O carro perde potência e tem menor autonomia quando utilizado com energia elétrica. Quando a bateria fica descarregada, o veículo volta a funcionar com gasolina. Atualmente, a Toyota também já apresentou o Prius Plug-in Hybrid, que pode ter a bateria recarregada a partir de uma fonte externa. O preço é a grande desvantagem dos carros híbridos. Nos EUA, o automóvel custa cerca de 22.000 dólares mesmo beneficiado por uma série de incentivos governamentais. O custo alto reflete a presença de dois sistemas redundantes, um para funcionamento com gasolina e outro para o sistema elétrico. Além disso, o custo de manutenção também é mais alto. Entre principais os concorrentes do Prius, estão o Honda Insight e o Ford Fusion Hybrid.