Cabos de transmissão de energia elétrica: Copel tem uma exposição ao mercado de curto prazo estimada em 13 por cento, sendo que o seu reajuste de tarifa ocorre em junho, segundo o Deutsche (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2014 às 14h43.
São Paulo - A Copel é, entre as distribuidoras de energia, a que enfrenta situação mais crítica para suportar os altos gastos com contratação de energia necessários no curto prazo para cobrir a descontratação, analisou o Deutsche Bank.
Em relatório do banco, o analista Leandro Cappa escreveu que as empresas de distribuição de energia mais expostas aos altos preços de energia no curto prazo são Copel, Light e Cemig, considerado o universo de cobertura do Deutsche, que também contempla CLPF Energia e EDP Energias do Brasil.
"Nossos cálculos mostram que Light e Cemig podem absorver as necessidades de capital necessárias com a exposição involuntária. No entanto, para a Copel, a situação é mais crítica, já que a exposição vai consumir quase todo o caixa disponível antes que o reajuste de tarifa ocorra para ajudar a companhia", escreveu o analista.
"Adicionalmente, questionamos a habilidade da Copel em repassar seus aumentos de tarifa para compensar custos mais altos de energia, já que o governo do Paraná tem um histórico de interferência nos ajustes de tarifa da companhia", completou Cappa.
A Copel tem uma exposição ao mercado de curto prazo estimada em 13 por cento, sendo que o seu reajuste de tarifa ocorre em junho, segundo o Deutsche. A Light tem uma exposição de 5,5 por cento e um reajuste de tarifa anual em novembro. Já a Cemig tem 4 por cento de exposição e ajuste de tarifa em abril.
Na sexta-feira, o governo federal anunciou que antecipará 1,2 bilhão de reais a serem repassados às distribuidoras de energia via Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para cobrir custos dessas empresas em janeiro relacionados à descontratação de energia no curto prazo.
A aprovação de subsídios para o restante do ano ainda não foi concedida. "Se o governo decidir não usar mais subsídios, os ajustes anuais irão cobrir os custos maiores, mas com um impacto indesejado na inflação", acrescentou o analista do Deutsche.
Nesta segunda-feira, as ações da maioria das empresas que atuam em distribuição de energia no país apresentavam queda. Às 13h52, os papeis da Copel subiam 0,12 por cento, os da Cemig caíam 2,22 por cento e os da Light recuavam 2,52 por cento. No mesmo momento, o Ibovespa perdia 1,84 por cento.