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Desespero da HP abafou dúvidas quanto a compra da Autonomy

Para ex-CEO, reunião fundador da Autonomy tinha papel crucial em seu esforço para reconstruir um dos gigantes da tecnologia

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2012 às 10h43.

San Francisco/Nova York/Londres - Para Leo Apotheker, ex-presidente-executivo da Hewlett-Packard , uma reunião com Mike Lynch, fundador da Autonomy, em uma charmosa cidade turística na costa da França, em julho de 2011, tinha papel crucial em seu esforço para reconstruir um dos gigantes da tecnologia.

Nos nove meses transcorridos desde que havia assumido o comando da HP, Apotheker vinha tentando ansiosamente descobrir uma forma de apressar a transição da sua lenta companhia para fora do setor de hardware de computação, que oferece baixas margens, e rumo ao lucrativo mercado de software e serviços para empresas.

Apotheker estava em busca de uma grande e transformadora aquisição, segundo duas pessoas familiarizadas com a situação, e, depois que abordagens a diversas empresas fracassaram, ele decidiu que a Autonomy era o alvo ideal.

Após dois meses de negociações, num processo conhecido na HP como "Projeto Tesla", Apotheker se reuniu com Lynch em um hotel em Deauville, na costa da Normandia, e os dois acertaram informalmente a aquisição no valor de 11,1 bilhões de dólares.

E a aquisição da Autonomy realmente teve impacto --mas não aquele que Apotheker esperava. Quando a transação foi anunciada, em agosto de 2011, as ações da HP despencaram em meio a críticas severas quanto ao valor pago. Poucas semanas depois, Apotheker foi demitido. E meses depois, Lynch estava em guerra com seus novos chefes na HP.


Após menos de um ano, Lynch foi forçado a deixar seu cargo e a HP investigava alegações de grandes irregularidades contábeis na Autonomy.

A investigação culminou, na semana passada, em um anúncio da HP de que contabilizaria uma baixa contábil equivalente a mais de três quartos do montante pago pela Autonomy.

A empresa revelou supostas fraudes contábeis na companhia adquirida às autoridades regulatórias dos Estados Unidos e do Reino Unido.

A implosão da compra da Autonomy causou dúvidas sobre como a HP e seu exército de advogados e consultores financeiros poderiam ter ignorado os sinais de alerta e ido em frente com a aquisição.

O quadro que emergiu de mais de uma dúzia de entrevistas da Reuters com pessoas diretamente envolvidas na aquisição ou investigação contábil foi o de uma empresa tão desesperada para mudar de rumo que aceitou com facilidade excessiva os números oficiais e auditados da Autonomy.

Os relatos também questionam o papel de Lynch, visto em geral como um executivo brilhante mas difícil. Ele deixou a HP em maio e nega terminantemente as alegações de irregularidades contábeis ou de que a HP tenha sido deliberadamente enganada.

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San Francisco/Nova York/Londres - Para Leo Apotheker, ex-presidente-executivo da Hewlett-Packard , uma reunião com Mike Lynch, fundador da Autonomy, em uma charmosa cidade turística na costa da França, em julho de 2011, tinha papel crucial em seu esforço para reconstruir um dos gigantes da tecnologia.

Nos nove meses transcorridos desde que havia assumido o comando da HP, Apotheker vinha tentando ansiosamente descobrir uma forma de apressar a transição da sua lenta companhia para fora do setor de hardware de computação, que oferece baixas margens, e rumo ao lucrativo mercado de software e serviços para empresas.

Apotheker estava em busca de uma grande e transformadora aquisição, segundo duas pessoas familiarizadas com a situação, e, depois que abordagens a diversas empresas fracassaram, ele decidiu que a Autonomy era o alvo ideal.

Após dois meses de negociações, num processo conhecido na HP como "Projeto Tesla", Apotheker se reuniu com Lynch em um hotel em Deauville, na costa da Normandia, e os dois acertaram informalmente a aquisição no valor de 11,1 bilhões de dólares.

E a aquisição da Autonomy realmente teve impacto --mas não aquele que Apotheker esperava. Quando a transação foi anunciada, em agosto de 2011, as ações da HP despencaram em meio a críticas severas quanto ao valor pago. Poucas semanas depois, Apotheker foi demitido. E meses depois, Lynch estava em guerra com seus novos chefes na HP.


Após menos de um ano, Lynch foi forçado a deixar seu cargo e a HP investigava alegações de grandes irregularidades contábeis na Autonomy.

A investigação culminou, na semana passada, em um anúncio da HP de que contabilizaria uma baixa contábil equivalente a mais de três quartos do montante pago pela Autonomy.

A empresa revelou supostas fraudes contábeis na companhia adquirida às autoridades regulatórias dos Estados Unidos e do Reino Unido.

A implosão da compra da Autonomy causou dúvidas sobre como a HP e seu exército de advogados e consultores financeiros poderiam ter ignorado os sinais de alerta e ido em frente com a aquisição.

O quadro que emergiu de mais de uma dúzia de entrevistas da Reuters com pessoas diretamente envolvidas na aquisição ou investigação contábil foi o de uma empresa tão desesperada para mudar de rumo que aceitou com facilidade excessiva os números oficiais e auditados da Autonomy.

Os relatos também questionam o papel de Lynch, visto em geral como um executivo brilhante mas difícil. Ele deixou a HP em maio e nega terminantemente as alegações de irregularidades contábeis ou de que a HP tenha sido deliberadamente enganada.

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