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Depois de quatro meses, Fleury faz balanço de IPO

Sem fazer muitas mudanças estruturais, grupo pode ser exemplo para empresas que planejam abrir capital

Sede do grupo Fleury, no Jabaquara (zona sul de SP) (.)
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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2010 às 18h13.

São Paulo - O grupo Fleury está entre as nove empresas que abriram o capital na Bovespa nos últimos seis meses e foi o IPO mais bem sucedido de 2009, com valorização de 14,1% no primeiro dia de negociações. Mas a abertura não foi apenas fruto de uma tendência atual. O grupo começou a se preparar para este processo desde 1998. Depois de uma adaptação gradativa até o IPO, em dezembro de 2009, a empresa abriu capital sem abalar suas estruturas internas.

O cenário para se lançar no mercado financeiro foi bastante propício. Segundo dados da empresa de auditoria e consultoria Ernst & Young, o Brasil ficou em quarto lugar em volume captado no primeiro trimestre de 2010. As cinco aberturas de capital realizadas entre janeiro e março na BM&FBovespa concentraram UU$ 3,3 bilhões – 6% do capital obtido, deixando o país atrás de China, Japão e Estados Unidos.

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De acordo com o presidente do Fleury, Mauro Figueiredo, a abertura foi uma evolução natural do processo de governança corporativa da empresa. "Não houve necessidade de aumentar o patrimônio, nem pressão de estrutura de capital desfavorável. Uma empresa preparada, que faz abertura de capital, é uma empresa que tem probabilidade de se tornar perene", explica.

Ao longo dos quase dez anos até a efetiva abertura, segundo Figueiredo, Fleury passou por diversas adaptações na gestão, para que o processo não causasse traumas. Antes de realizar o IPO, foram adotadas várias medidas, como publicar relatórios de gestão e balanços da empresa, além de incentivar os funcionários a fazerem cursos da Bovespa e outras entidades financeiras, práticas comuns a empresas de capital aberto. Também foi criado um conselho administrativo para dar as coordenadas e ajudar a guiar os próximos passos.

Com a escolha de se adaptar primeiro, o grupo Fleury não sofreu alterações bruscas no ponto de vista estrutural, mas foi preciso criar um setor de relações com os investidores para atender à nova demanda. Para o presidente da empresa, apesar da recente onda de IPOs, não é toda grande empresa que precisa ou deve abrir capital. "Nem sempre a abertura é solução para as empresas. Há muitas que se sustentam muito bem e não precisam disso. O caso do grupo Fleury foi um entendimento de que esta seria a evolução natural do grupo", completa.

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