Defasagem de preço faz Petrobras 'perder' R$ 9 bilhões
Estatal está sendo obrigada a importar mais combustível para compensar a redução da mistura de álcool anidro na gasolina
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2011 às 19h43.
São Paulo - A Petrobras deixou de ganhar R$ 9 bilhões nos últimos oito anos por causa da defasagem dos preços da gasolina e do diesel em relação às cotações do mercado internacional, conforme cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). "Quando o preço do petróleo sobe muito, a Petrobras subsidia o custo no mercado interno; quando cai, quem subsidia é o consumidor e o acionista", afirma o diretor do CBIE, Adriano Pires.
Neste ano, a defasagem de preços está em 30%, apesar dos preços do petróleo terem recuado um pouco nos últimos meses em relação ao primeiro semestre. O problema é que a Petrobras está sendo obrigada a importar mais combustível para compensar a redução da mistura de álcool anidro na gasolina. Segundo Pires, em 2010, a estatal comprava no mercado externo cerca de 7 mil barris de gasolina por dia. Neste ano, a média subiu para 30 mil barris. Na prática, os gastos da estatal vão subir quatro vezes em relação a 2010, para US$ 1,4 bilhão. "Para piorar, ela vai vender essa gasolina R$ 0,30 mais barata do que no mercado externo", diz o diretor do CBIE.
Ele conta que havia uma expectativa de que essa defasagem pudesse ser eliminada com algum reajuste de preços neste semestre. Há alguns meses, um diretor da estatal confirmou que havia uma negociação com o governo para permitir um reajuste. Mas esses planos foram por água abaixo por causa dos níveis de inflação. No mês passado, o governo decidiu reduzir o valor da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), de R$ 0,23 para R$ 0,19 por litro, para evitar que houvesse um aumento de preço na bomba por causa da redução de etanol na gasolina.
"Hoje não existe nenhuma expectativa de alta dos preços da Petrobras. Tínhamos a esperança de que a Cide pudesse ser usada para calibrar a defasagem, mas ela foi usada para compensar a redução do álcool", afirma o analista de petróleo da Banif, Oswaldo Telles. Segundo ele, essa política de represamento de preços da estatal - fortemente influenciada por decisões do governo federal - não é sustentável por muito tempo. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
São Paulo - A Petrobras deixou de ganhar R$ 9 bilhões nos últimos oito anos por causa da defasagem dos preços da gasolina e do diesel em relação às cotações do mercado internacional, conforme cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). "Quando o preço do petróleo sobe muito, a Petrobras subsidia o custo no mercado interno; quando cai, quem subsidia é o consumidor e o acionista", afirma o diretor do CBIE, Adriano Pires.
Neste ano, a defasagem de preços está em 30%, apesar dos preços do petróleo terem recuado um pouco nos últimos meses em relação ao primeiro semestre. O problema é que a Petrobras está sendo obrigada a importar mais combustível para compensar a redução da mistura de álcool anidro na gasolina. Segundo Pires, em 2010, a estatal comprava no mercado externo cerca de 7 mil barris de gasolina por dia. Neste ano, a média subiu para 30 mil barris. Na prática, os gastos da estatal vão subir quatro vezes em relação a 2010, para US$ 1,4 bilhão. "Para piorar, ela vai vender essa gasolina R$ 0,30 mais barata do que no mercado externo", diz o diretor do CBIE.
Ele conta que havia uma expectativa de que essa defasagem pudesse ser eliminada com algum reajuste de preços neste semestre. Há alguns meses, um diretor da estatal confirmou que havia uma negociação com o governo para permitir um reajuste. Mas esses planos foram por água abaixo por causa dos níveis de inflação. No mês passado, o governo decidiu reduzir o valor da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), de R$ 0,23 para R$ 0,19 por litro, para evitar que houvesse um aumento de preço na bomba por causa da redução de etanol na gasolina.
"Hoje não existe nenhuma expectativa de alta dos preços da Petrobras. Tínhamos a esperança de que a Cide pudesse ser usada para calibrar a defasagem, mas ela foi usada para compensar a redução do álcool", afirma o analista de petróleo da Banif, Oswaldo Telles. Segundo ele, essa política de represamento de preços da estatal - fortemente influenciada por decisões do governo federal - não é sustentável por muito tempo. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.