De vendedor ambulante a empresa de eletrônicos: ele saiu de R$ 90 mil para mais de R$ 1,2 milhão
Com crescimento que dobra ano a ano, empreendedor prevê a abertura de mais duas lojas no Pará
Estímulo
Publicado em 13 de julho de 2024 às 09h01.
Última atualização em 13 de julho de 2024 às 12h23.
O sonho de empreender ficou adormecido por muitos anos na vida do Francisco Evaldo Ramos, dono da On-line Stores. A loja nasceu como uma espécie de distribuidora de eletrônicos, em Novo Progresso, no estado do Pará, município a mais de 1500 quilômetros da capital Belém.
Por mais de 18 anos, Ramos trabalhou em empresas de móveis e eletrodomésticos, período em que alimentou a vontade de ter uma loja para chamar de sua. Nas horas vagas, até chegou a vender itens de material esportivo, negócio que não andou.
Em 2018, confortável com o salário que recebia, o sonho de empreender era apenas uma vaga lembrança. A mudança veio quando a empresa em que trabalhava decretou falência.
Assista ao Webinar gratuito e veja como abrir sua primeira franquia de sucesso
Francisco percebeu que aquele era o momento de arriscar e começar uma vida nova. Num primeiro impulso, para garantir o sustento da família, começou a atuar como ambulante, vendendo perfumes importados e maquininhas de cartão.Entre o começo de 2018 e o fim de 2019, a rotina era colocar os produtos dentro do carro e fazer as vendas de porta em porta.
“Sempre prestei um atendimento diferenciado para cada cliente que atendia. Não só convertendo em faturamento, mas fazendo com que eles divulgassem meus produtos. A venda de máquina de cartão, por exemplo, me deu muita notoriedade e até hoje vários clientes me procuram, pois a empresa se tornou uma referência quando o assunto é máquina de cartão”, conta Ramos.
Os primeiros negócios
Em dado momento, o conhecimento construído ao longo de sua carreira como vendedor de eletrodomésticos e eletrônicos falou mais alto. E o empreendedor percebeu uma lacuna no mercado.
Foi aí que o acreano, radicado no Pará, estruturou um modelo de negócios diferenciado e pouco usual para quem vive nas grandes capitais. Usando e-commerces, os clientes compravam os produtos diretamente com Francisco, que assegurava a operação e fazia os devidos testes, retirava a mercadoria nos correios e entregava direto na casa do cliente. Ali nascia o nome da On-line Stores, embrião do negócio atual.
Hoje a demanda por este serviço é bem menor e fica restrita a produtos não encontrados no mercado local. A On-Line Stores já opera com um estoque próprio, com foco em eletrônicos, celulares, equipamentos de som, portáteis, eletrodomésticos e produtos de informática. As máquinas de cartão, produto que ajudou a empresa a prosperar, continuam no catálogo.
Para Francisco, o que movimentou esse início e ajudou no crescimento do negócio foi trazer a experiência de compra na internet para a loja física. O marketing é outro ponto-chave, usado com frequência para atrair os clientes para negociação. “Todos os dias eu vou até à rádio local divulgar a loja”, afirma.
Para onde vai a empresa
Em meados de 2020, ainda trabalhando na rua, Francisco se deparou com uma oportunidade irrecusável: a oferta de uma pequena sala para armazenar e organizar de fato a empresa. O sucesso foi significativo e, um ano depois, o empreendedor já alugava um espaço próprio, maior e mais adequado para receber todo o estoque. Em poucos meses, uma nova mudança, ampliando a operação.
Para estruturar esse novo local, ele precisou de apoio financeiro e foi quando conheceu o fundo de impactoEstímulo. Com R$100 mil recebidos, ele fez um anexo à loja com um setor específico de equipamentos de som e expandiu o estoque de produtos de revenda para esse nicho.
As operações no anexo começaram no início de junho e já alcançaram a média de 35% de participação no faturamento de todo o negócio. Nos últimos anos, o empreendedor viu a receita da On-Line saltar de R$ 96 mil em 2020 para mais de R$ 610 mil em 2023. Com os novos investimentos, prevê superar a marca de R$ 1,2 milhão.
Francisco acredita que a evolução está muito amparada a diferenciais como o pós-venda, uma vez que a cidade não conta com postos autorizados de fabricantes. Isso permitiu que o empreendedor agregasse valor às compras, ao estar próximo em momentos em que os clientes têm algum problema ou precisam de ajuda com os equipamentos.
De acordo com o empreendedor, a expansão no faturamento alimenta o planejamento de abrir duas lojas como filiais em cidades vizinhas.Os municípios, inclusive, já foram escolhidos: Castelo dos Sonhos e Moraes Almeida, a 125 km e 100 km de Novo Progresso, respectivamente.