Máscaras: procura pelo objeto aumento muito nos últimos meses com a disseminação do coronavírus (Natalia Fedosenko/Getty Images)
Janaína Ribeiro
Publicado em 14 de março de 2020 às 09h00.
Última atualização em 16 de março de 2020 às 08h40.
A fabricante de carros elétricos BYD Co enxergou uma boa oportunidade embalada pela crise do coronavírus: entrar no mercado de produção de máscaras e se tornar a maior do mundo.
Apoiada pelo magnata Warren Buffett, ela iniciou sua produção há menos de um mês com foco no combate ao surto do vírus que já matou cerca de 5.000 pessoas e contaminou mais de 130.000 no mundo.
Um dos parques industriais da BYD conta com centenas de funcionários e máquinas que passaram a trabalhar dia e noite para produzir os objetos de prevenção.
A empresa diz que sua capacidade de produção é de 5 milhões de máscaras por dia, e afirma que ainda pode aumentar este número.
Segundo a empresa, uma força-tarefa especial foi nomeada pelo presidente da BYD, Wang Chuanfu, composta por líderes de diferentes divisões de negócios e mais de 3.000 engenheiros envolvidos em pesquisa e desenvolvimento, design, processamento e outras funções.
Os números ainda não são claros em comparação com outras empresas do nicho, mas sabe-se que a China quase triplicou sua produção diária de máscaras desde o surto da Covid-19, contabilizando 54,8 milhões de unidades por dia, segundo a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma.
Com o avanço do coronavírus, a demanda pelas máscaras cresceu e o número produzido pela BYD está aumentando a uma taxa de aproximadamente 300.000 a 500.000 unidades por dia.
O departamento de inspeção de qualidade do governo chinês avalia que a qualidade das máscaras da BYD é significantemente melhor do que a de outras marcas presentes no mercado.
A fabricante é conhecida pela variedade de seus negócios. Fundada em 1995, sua especialidade era a produção de baterias para celulares. Depois diversificou para a fabricação de carros elétricos e o desenvolvimento de monotrilhos.
Porém, a BYD não é a única a adotar a estratégia. A Guangzhou Automobile Group Co., a gigante petrolífera Sinopec e a montadora de iPhone Foxconn também estão entre as produtoras de máscaras.
Mesmo que o objetivo das empresas seja pegar a onda do coronavírus em prol de seus negócios, nada desqualifica a força chinesa como potência industrial em encontrar soluções rápidas para impedir o vírus de paralisar suas operações.