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Cyrela vê geração de caixa em risco por cancelamentos

A Cyrela, maior incorporadora do Brasil, pode não gerar fluxo de caixa livre este ano, enquanto luta contra o impacto de cancelamentos de vendas

Cyrela: até o momento no ano, a Cyrela registrou fluxo de caixa negativo, afirmou diretor financeiro (FERNANDO VIVAS)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2016 às 16h15.

Rio de Janeiro - A Cyrela Brazil Realty , maior incorporadora do Brasil, pode não gerar fluxo de caixa livre este ano, enquanto luta contra o impacto de cancelamentos de vendas e o pior mercado para o setor imobiliário em décadas, disse à Reuters o diretor financeiro, Eric Alencar.

Até o momento no ano, a Cyrela registrou fluxo de caixa negativo, afirmou Alencar, referindo-se ao dinheiro direcionado aos acionistas e detentores de bônus após a empresa pagar todas as suas despesas operacionais e financeiras. A companhia estima distratos (cancelamentos de vendas) de 25 por cento das vendas totais, o maior nível desde pelo menos 1982.

A companhia, controlada pelo bilionário Elie Horn, teve uma geração de caixa de cerca de 900 milhões de reais no ano passado, com mais da metade vindo no final do ano. "A companhia pode não gerar caixa em 2016", disse Alencar à Reuters esta semana, explicando que os distratos estão afetando sua habilidade de produzir fluxo de caixa livre.

A previsão para geração de caixa em 2017 parece menos desafiadora, acrescentou o executivo, com a volta dos financiamentos bancários e melhora da confiança dos consumidores.

No primeiro trimestre, a Cyrela teve queima de caixa de 13 milhões de reais, de acordo com os relatório do período. A companhia está programada para divulgar os dados do segundo trimestre em 9 de agosto.

Os comentários foram feitos em meio a crescentes preocupações de investidores de que a Cyrela poderia priorizar as aquisições em detrimento do caixa, em um momento em que o Brasil vive a pior recessão em décadas.

Em junho, a Cyrela anunciou um plano de colocar até 100 milhões de reais na rival Tecnisa, uma decisão que analistas da JPMorgan Securities disseram que colocaria em risco a política de geração de caixa.

No entanto, Alencar disse que a Tecnisa foi uma boa oportunidade de investimento já que consumiria apenas uma fração da posição de caixa da companhia, de 2 bilhões de reais.

O negócio ainda necessita de aprovação regulatória. As ações da Cyrela subiram cerca de 3,5 por cento desde o anúncio sobre a Tecnisa em 26 de junho. Nesta sexta-feira, o papel recuava cerca de 1 por cento na bolsa paulista, ante alta de quase 1 por cento do Ibovespa.

Quando a Cyrela começar a gerar caixa livre novamente, a direção da empresa vai preferencialmente recomprar ações ou distribuir dividendos, disse Alencar. Ele mencionou compras de terrenos ou pagamento potencial de dívidas como opções adicionais.

As perdas devido ao cancelamento de vendas obrigaram a companhia a provisionar 21 milhões de reais no primeiro trimestre. A companhia realizou a provisão para perdas por sugestão de auditores, disse Alencar.

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Rio de Janeiro - A Cyrela Brazil Realty , maior incorporadora do Brasil, pode não gerar fluxo de caixa livre este ano, enquanto luta contra o impacto de cancelamentos de vendas e o pior mercado para o setor imobiliário em décadas, disse à Reuters o diretor financeiro, Eric Alencar.

Até o momento no ano, a Cyrela registrou fluxo de caixa negativo, afirmou Alencar, referindo-se ao dinheiro direcionado aos acionistas e detentores de bônus após a empresa pagar todas as suas despesas operacionais e financeiras. A companhia estima distratos (cancelamentos de vendas) de 25 por cento das vendas totais, o maior nível desde pelo menos 1982.

A companhia, controlada pelo bilionário Elie Horn, teve uma geração de caixa de cerca de 900 milhões de reais no ano passado, com mais da metade vindo no final do ano. "A companhia pode não gerar caixa em 2016", disse Alencar à Reuters esta semana, explicando que os distratos estão afetando sua habilidade de produzir fluxo de caixa livre.

A previsão para geração de caixa em 2017 parece menos desafiadora, acrescentou o executivo, com a volta dos financiamentos bancários e melhora da confiança dos consumidores.

No primeiro trimestre, a Cyrela teve queima de caixa de 13 milhões de reais, de acordo com os relatório do período. A companhia está programada para divulgar os dados do segundo trimestre em 9 de agosto.

Os comentários foram feitos em meio a crescentes preocupações de investidores de que a Cyrela poderia priorizar as aquisições em detrimento do caixa, em um momento em que o Brasil vive a pior recessão em décadas.

Em junho, a Cyrela anunciou um plano de colocar até 100 milhões de reais na rival Tecnisa, uma decisão que analistas da JPMorgan Securities disseram que colocaria em risco a política de geração de caixa.

No entanto, Alencar disse que a Tecnisa foi uma boa oportunidade de investimento já que consumiria apenas uma fração da posição de caixa da companhia, de 2 bilhões de reais.

O negócio ainda necessita de aprovação regulatória. As ações da Cyrela subiram cerca de 3,5 por cento desde o anúncio sobre a Tecnisa em 26 de junho. Nesta sexta-feira, o papel recuava cerca de 1 por cento na bolsa paulista, ante alta de quase 1 por cento do Ibovespa.

Quando a Cyrela começar a gerar caixa livre novamente, a direção da empresa vai preferencialmente recomprar ações ou distribuir dividendos, disse Alencar. Ele mencionou compras de terrenos ou pagamento potencial de dívidas como opções adicionais.

As perdas devido ao cancelamento de vendas obrigaram a companhia a provisionar 21 milhões de reais no primeiro trimestre. A companhia realizou a provisão para perdas por sugestão de auditores, disse Alencar.

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