Negócios

CSN planeja expansão em cimento na América Latina

Serão US$ 2 bilhões dispensados para a construção de fábricas no Brasil e no resto do continente nos próximos 3 anos

Benjamin Steinbruch, presidente-executivo da CSN (José Cruz/Agência Brasil)

Benjamin Steinbruch, presidente-executivo da CSN (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2010 às 14h18.

Buenos Aires - A CSN planeja investir 2 bilhões de dólares para construir três fábricas de cimento no Brasil e também em vários países da América Latina nos próximos três anos.

"O Brasil será o primeiro, cerca de metade desse valor será (investido) no Brasil e a outra metade vai para Colômbia; e Argentina, Uruguai ou Paraguai, um dos três, e então vamos avaliar Chile e Peru também", afirmou o presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch, à Reuters, nesta terça-feira.

A companhia quer ter uma capacidade de produção total de 10 milhões de toneladas de cimento por ano no Brasil e em outros países sul-americanos, disse o executivo.

Steinbruch está incentivando seu grupo a se diversificar para além da produção de aço em direção a materiais de construção, logística e mineração.

A CSN entrou no negócio de cimento no ano passado, com abertura de uma fábrica em seu complexo siderúrgico no Rio de Janeiro. Segundo Steinbruch, a unidade produzirá cerca de 250 mil toneladas de cimento por mês até o final deste ano ante nível de 150 mil toneladas atuais.

O executivo comentou que a companhia está buscando possíveis aquisições no setor de siderurgia na América Latina, mas somente tomará decisão de investimento se encontrar uma "boa oportunidade".


Em mineração, Steinbruch comentou que a CSN espera para o início do próximo ano a listagem das ações de suas operações de minério de ferro. Segundo ele, negociações com sócios asiáticos da unidade de minério Namisa "estão indo bem". A intenção é fundir esse ativo com a mina Casa de Pedra para elevar o valor do negócio de mineração do grupo para a Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês).

"O desafio é decidir quais o termos que vão reger a parceria", disse Steinbruch sobre os sócios da Namisa.

Com a listagem da operação de minério de ferro, Steinbruch espera que a CSN eleve o valor do negócio e levante recursos para aquisições. Investidores aguardam pelo IPO da área de mineração da CSN desde pelo menos 2007.
O problema é que, ao deter a maior parte dos ativos que poderão formar a nova unidade de mineração listada, a CSN poderia diluir a posição dos sócios asiáticos na Namisa. Alguns deles são as siderúrgicas coreana Posco e a japonesa Nippon Steel.

O consórcio asiático, chamado de Big Jump, pagou cerca de 3 bilhões de dólares pela participação de 40 por cento na Namisa no final de 2008.

"O problema é que eles têm 40 por cento de participação na Namisa e, claro, isso vai encolher quando acontecer a fusão com Casa de Pedra... Isso vai mudar os termos da governança da parceria e isso tem que ser discutido", disse Steinbruch.

Analistas estimam que a CSN possa levantar até 3,5 bilhões de dólares com a venda de uma participação da unidade minério de ferro no IPO, o que deve incluir a mina Casa de Pedra, a Namisa e algumas ligações logísticas entre áreas produtoras e porto.

A unidade de minério de ferro da CSN é a operação de crescimento mais rápido e está incentivando a expansão do conglomerado, segundo analistas.

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