CSN: empresa divulga resultados de 2019 (Ricardo Funari/Brazil Photos/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2020 às 07h06.
Última atualização em 4 de março de 2020 às 07h26.
São Paulo — Diante dos altos e baixos da indústria brasileira em 2019, a CSN deve apresentar nesta quarta-feira, 04, um balanço financeiro fraco referente ao exercício do período. Analistas estimam uma queda de cerca de 65% do lucro líquido no quarto trimestre.
O grupo siderúrgico comandado por Benjamin Steinbruch começou 2019 celebrando bons resultados, provenientes principalmente do negócio de minério de ferro. Com o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, os preços da commodity subiram mais de 50%.
Neste cenário, a CSN – segunda maior exportadora de minério de ferro do Brasil – acabou se beneficiando do avanço das cotações. No primeiro semestre, as ações da companhia tiveram a maior alta na B3.
O desempenho, entretanto, não durou muito tempo. Com a acomodação dos preços do minério de ferro a partir do segundo semestre, as deficiências no mercado de aços planos (em que a empresa divide a liderança com a Usiminas) começaram a aparecer. O setor encerrou o ano com uma queda de 2,2% das vendas no Brasil.
A parada para manutenção do alto-forno 2 da CSN também contribuiu para o resultado mais fraco no ano. Nesta conjuntura, a companhia registrou prejuízo de mais de 800 milhões de reais no terceiro trimestre.
Para o quarto trimestre de 2019, analistas projetam um lucro líquido de 620 milhões de reais, bem abaixo dos 1,7 bilhão de reais um ano antes.
A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) deve alcançar aproximadamente 1,57 bilhão de reais no último trimestre de 2019, praticamente o mesmo resultado alcançado em igual período do ano anterior.
Em relatório do Itaú BBA, os analistas Daniel Sasson e Ricardo Monegaglia destacaram a expectativa de queda dos custos de produção das placas de aço, o que pode beneficiar a CSN à frente e evitar uma surpresa amarga nos três primeiros meses de 2020. Justamente em um cenário de incertezas causadas pelo coronavírus e uma economia brasileira ainda reticente.