Negócios

CSN deve anunciar hoje acordo com sócios asiáticos na Namisa

Acordo com a Namisa: a CSN vai conseguir abater boa parte de sua pesada dívida com o grupo asiático


	Acordo com a Namisa: a CSN vai conseguir abater boa parte de sua pesada dívida com o grupo asiático
 (Germano Lüders / EXAME)

Acordo com a Namisa: a CSN vai conseguir abater boa parte de sua pesada dívida com o grupo asiático (Germano Lüders / EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2015 às 09h25.

São Paulo - A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) deve anunciar nesta segunda-feira, 30, ao mercado que fechará acordo com as empresas asiáticas que são suas sócios na mineradora Namisa.

Atualmente, a CSN, de Benjamin Steinbruch, detém 60% da Namisa e o consórcio asiático, 40%. Com a fusão da Namisa com o terminal de cargas da CSN no Porto de Itaguaí e uma fatia da MRS, será criada uma nova empresa na qual a CSN ficará com 85% e o consórcio asiático, com 15%.

O acordo anterior indicava que a CSN ficaria com 88,7% e os outros sócios, com 11,7%. A nova empresa, que era chamada de Congonhas Minérios, será batizada de CSN Mineração, apurou o jornal O Estado de S. Paulo.

Com esse acordo, a CSN vai conseguir abater boa parte de sua pesada dívida com o grupo asiático. Fazem parte da joint venture uma fatia da MRS - cerca de 27% que pertencem à CSN -, e a Tecar (terminal de carvão), da CSN, no Porto de Itaguaí (RJ), da qual Steinbruch tinha 100%. A Namisa reúne os grupos Itochu Corporation, JFE Steel Corporation, Posco, Kobe Steel, Nisshin Steel e China Steel Corporation e vai desaparecer com essa fusão.

Os sócios asiáticos também se comprometeram a comprar minério da empresa nova por 30 anos, o que garantirá liquidez à companhia. A CSN tenta há alguns anos acordo para a fusão dos ativos, alegando que a operação traria ganhos de escala e de produtividade, mas não havia consenso entre os sócios.

Reestruturação de dívidas

Independentemente do acordo, a CSN busca alternativas para reduzir sua pesada dívida, que inclui venda de ativos. Nos últimos meses, a CSN tem renegociado realongar dívidas e colocou ativos à venda.

No fim de setembro, a companhia renegociou mais prazo para pagar sua dívida de curto prazo com o Banco do Brasil, no valor de R$ 2,2 bilhões. No início de setembro, fechou acordo com a Caixa Econômica Federal.

Com essas operações, conseguiu adiar em até sete anos os pagamentos de dívida de quase R$ 5 bilhões de um total de R$ 7,4 bilhões previstos para pagar entre 2016 e 2018.

A CSN colocou alguns ativos à venda e o mais próximo de ser vendido é o terminal de contêineres Tecon, de Sepetiba, que está avaliado em cerca de R$ 1 bilhão e tem atraído interesse de diversos fundos e outros investidores.

Com atuação em cinco áreas (siderurgia, mineração, cimento, logística e energia), a ideia é se desfazer de negócios considerados não estratégicos, mas não está descartada a entrada de sócios em divisões importantes, como mineração, por exemplo, e venda de ativos de siderurgia da companhia no exterior, afirmou uma fonte familiarizada com o assunto.

A dívida bruta da CSN atingiu R$ 32 bilhões no primeiro trimestre deste ano e a tendência é aumentar, uma vez que os preços do minério recuam drasticamente desde o ano passado - na semana passada registrou a maior baixa dos últimos dez anos, US$ 44,50 por tonelada, provocando estragos também em grandes mineradoras e siderúrgicas globais.

Além disso, a CSN é prejudicada pela baixa demanda por aço no mercado interno, sobretudo das indústrias automobilística e de linha branca. 

Acompanhe tudo sobre:BancosBB – Banco do BrasilCSNEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasNamisaSiderurgiaSiderurgia e metalurgiaSiderúrgicas

Mais de Negócios

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões