Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:
seloNegócios

Crise para quem? Louis Vuitton e Dior têm vendas acima do esperado

Grupo francês LVMH viu faturamento e lucro crescerem na casa dos 15%, enquanto Bernard Arnault, dono da empresa, tornou-se mais rico que Warren Buffett

Modo escuro

LVMH: dona de 75 marcas de luxo, presentes em quase 5.000 lojas mundo afora (Lisi Niesner/File Photo/Reuters)

LVMH: dona de 75 marcas de luxo, presentes em quase 5.000 lojas mundo afora (Lisi Niesner/File Photo/Reuters)

C
Carolina Riveira

Publicado em 28 de julho de 2019 às, 16h40.

São Paulo - A economia na Europa ainda se recupera lentamente e há preocupação sobre o crescimento na China, mas o mercado de luxo segue mais aquecido do que nunca. A fabricante de produtos de luxo LVMH, dona de marcas como Louis Vuitton e Christian Dior, teve vendas acima do esperado na primeira metade de 2019, segundo resultados divulgados nesta semana.

As vendas gerais do grupo francês subiram 12%, e o faturamento foi de 25,1 bilhões de euros, 15% maior que no primeiro semestre de 2018. O lucro foi de 5,3 milhões de euros, alta de 14%.

A maior alta nas vendas veio dos produtos de moda e couro, que tiveram crescimento de 18% no faturamento, com 10,4 bilhões de euros, e 17% no lucro no primeiro semestre, com 3,2 bilhões de euros. Na Louis Vuitton, por exemplo, a LVMH afirma que a lucratividade "continua em níveis excepcionais". Outros braços da LVMH, como bebidas e perfumes, também cresceram.

"A LVMH fez um excelente começo para o ano. Estes resultados mais uma vez ilustram a efetividade de nossa estratégia e a excepcional desejabilidade de nossas marcas, cujos produtos transcendem o tempo", disse o presidente-executivo (CEO) e do conselho da LVMH, Bernard Arnault.

A LVMH é dona de 75 marcas de luxo, presentes em quase 5.000 lojas mundo afora. Além dos produtos de moda, outra categoria que mais aumentou o lucro foi o varejo de lojas de luxo, com a rede de lojas de maquiagens Sephora ganhando participação em todos os mais de 30 mercados em que atua, incluindo o Brasil, segundo a LVMH. O lucro da categoria cresceu 17% em 2019, chegando a 714 milhões de euros, e o faturamento foi de 7 bilhões de euros, alta de 8%.

Crescimento na China

A China se consolidou neste ano como segundo maior país em vendas dos produtos da LVMH. Segunda maior economia do mundo, a China vem puxando o crescimento de produtos de luxo nos últimos anos e já tem um terço desse mercado, segundo a consultoria Bain&Co. As vendas de produtos de luxo na China cresceram 20% no ano passado.

O mercado de produtos de luxo vale 1,2 trilhão de euros no mundo, segundo a Bain&Co. Os produtos de luxo pessoais, categoria dos produtos da LVMH, bateu recorde em 2017, segundo os últimos dados disponíveis, atingindo 260 bilhões de euros.

O maior mercado dos produtos de moda da empresa fica justamente na Ásia, que responde por 40% das vendas. Em seguida vêm Europa, com 26% (9% na França, sua terra natal, que apresentou recuperação nas vendas neste ano), e Estados Unidos, com 23%. A empresa não especifica quanto das vendas vieram de outros mercados específicos, como o Brasil.

Bernard Arnault, dono da LVMH: empresário assumiu o grupo à beira da falência na década de 1980

Terceiro mais rico do mundo

A boa fase do grupo LVMH em 2019 fez Bernard Arnault chegar a tornar-se o segundo homem mais rico do mundo e ultrapassar Bill Gates, fundador da empresa de tecnologia Microsoft, no último dia 19 de julho. Atualmente, Arnault é o terceiro homem mais rico do planeta, à frente do mega investidor Warren Buffett, dono do fundo Berkshire Hathaway.

Com 47,17% das ações do LVMH (e mais de 60% dos direitos de voto), o patrimônio de Arnault é de atualmente 105 bilhões de dólares, ante quase 83 bilhões de dólares de Warren Buffett

Entre as dez pessoas mais ricas do mundo, o francês foi o que mais ganhou dinheiro nos últimos 12 meses -- à frente do presidente e fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, que adicionou 25 bilhões de dólares a seu patrimônio. Sua fortuna teve adição de 36 bilhões de dólares desde julho do ano passado, segundo índice da agência Bloomberg. 

Arnault também é o único entre os dez mais ricos a ter feito sua fortuna no mercado de bens de consumo. Com exceção dele e do dono da varejista Zara (enquadrada na categoria de varejo), o espanhol Amancio Ortega, dominam os empresários de indústria e tecnologia. 

Arnault assumiu o LVMH na década de 1980 quando o grupo ainda se chamava Boussac e estava à beira da falência, tendo sido comprado pelo governo francês. No processo de reestruturar o grupo, Arnault demitiu milhares de trabalhadores, reformulou a Dior, até então principal marca, para que fosse responsável por toda a produção (antes, as licenças eram concedidas a parceiros).

Formado em engenharia e de uma família rica da França, o empresário não tinha experiência com moda até então -- mas aprendeu rápido.

Últimas Notícias

ver mais
45 franquias para abrir ainda este ano e faturar a partir de R$ 20.000 no Natal
seloNegócios

45 franquias para abrir ainda este ano e faturar a partir de R$ 20.000 no Natal

Há 8 horas
Cadê o motorista? Como é andar nos táxis robô que já receberam mais de R$ 50 bilhões em investimento
seloNegócios

Robô-táxi: como é viajar em um veículo sem motorista nos EUA

Há 11 horas
Carrefour participa da feira da ABF Rio em busca de franquias para alocar nos supermercados
seloNegócios

Carrefour participa da feira da ABF Rio em busca de franquias para alocar nos supermercados

Há um dia
Elas largaram a área da saúde para estudar gelatos. Hoje, lideram negócio que fatura R$ 10 milhões
seloNegócios

Elas largaram a área da saúde para estudar gelatos. Hoje, lideram negócio que fatura R$ 10 milhões

Há um dia
icon

Branded contents

ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

leia mais