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Credores dão prazo indefinido à Odebrecht Óleo e Gás

Credores da Odebrecht Óleo e Gás aceitaram esperar que empresa negocie com a Petrobras antes de receberem dívida de US$ 4 bilhões

Odebrecht: credores de dívida de US$ 4 bilhões vão esperar até empresa negociar contratos com a Petrobras (Vanderlei Almeida/AFP)
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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2016 às 11h12.

São Paulo - Os credores da Odebrecht Óleo e Gás (OOG) concederam um prazo quase que "indeterminado" para a empresa apresentar um plano de reestruturação de sua dívida de US$ 4 bilhões, ou cerca de R$ 14 bilhões.

Os detentores de bônus externos e os bancos Bradesco e Banco do Brasil vão esperar até que seja fechado um acordo entre a empresa e a Petrobras , que está renegociando as condições dos contratos com seis navios-sonda da companhia.

A situação da empresa de óleo e gás do grupo Odebrecht começou a se deteriorar depois que a própria Petrobras cancelou a contratação de um navio-sonda da companhia no fim do ano passado.

Desde então, a OOG a passou a descumprir uma série de cláusulas dos contratos de bônus emitidos no exterior.

Em uma delas, era prevista a reposição do contrato perdido com a Petrobras, o que não foi feito. Depois disso, a empresa também deixou de pagar US$ 9,6 milhões em juros de uma série de bônus perpétuos, que não têm vencimento.

De acordo com advogados ligados aos credores externos, a OOG chegou a apresentar um plano de reestruturação, mas que acabou sendo questionado em função da dúvida em relação à receita futura da companhia. Desde abril, a Petrobras, além de romper o contrato de aluguel de um navio, está renegociando as condições de seis outros contratos em vigor, deixando essa incerteza.

Se os credores seguissem à risca o que ficou acordado em cláusulas da emissão de bônus, poderiam cobrar toda a dívida da Odebrecht Óleo e Gás, mas, segundo advogados dos credores, isso inviabilizaria completamente a companhia.

"Por isso, os credores estão com boa vontade", diz um dos advogados dos credores. São três as séries de bônus externos emitidos pela empresa: uma de US$ 1 bilhão com vencimento em 2021, outra de US$ 2 bilhões vencendo em 2022 e US$ 550 milhões de bônus perpétuos.

Os bancos, por sua vez, seguiram a mesma linha dos detentores de bônus e já concederam um "stand still", que nada mais é do que uma prorrogação do prazo de pagamento. Juntos, Bradesco e Banco do Brasil possuem cerca de US$ 400 milhões a receber da OOG.

Os bancos também vão esperar até que as negociações com a Petrobras terminem, mas as instituições não quiseram fazer comentários.

Segundo fontes próximas à Odebrecht, já foram sete rodadas de negociação com a estatal sobre os novos valores dos contratos de aluguel dos navios-sonda, mas não há como ter uma previsão de fechamento de acordo.

A petrolífera está promovendo uma grande renegociação de contratos com diversos prestadores de serviços, não só com a OOG.

Com a recente mudança de diretoria da Petrobras, a incerteza sobre quando e como vão chegar a um acordo fica ainda maior. A OOG não quis fazer comentários.

A empresa também não revela o valor total dos contratos que tem com a Petrobras, mas, segundo alguns especialistas no setor, em função do volume de financiamentos é possível estimar que sejam na casa das dezenas de bilhões de reais.

O grupo Schahin, por exemplo, que entrou em recuperação judicial, tinha dívidas de cerca de R$ 12 bilhões e seus contratos eram da ordem de US$ 15 bilhões.

O endividamento da empresa de óleo e gás da Odebrecht é um dos maiores do grupo, representando cerca de 15% do total da dívida bruta total do conglomerado registrado no balanço de 2014.

Além de sofrer com o impacto da Operação Lava Jato, em que o principal executivo e controlador da empresa foi condenado à prisão por corrupção em contratos com a mesma Petrobras, a OOG enfrenta ainda as condições adversas do setor de óleo e gás, que tem sofrido com a queda do preço do petróleo.

Executivos da empresa dizem que não há demanda mundial por navios-sonda e cerca de 80 estão parados, sem contratos, em todo o mundo.

Argumento que parece ter sido aceito pelos credores, que concederam mais prazo à companhia. A escassez de demanda teria sido um dos motivos ao descumprimento da cláusula que previa a reposição do contrato até 90 dias após suspensão do contrato original.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - Os credores da Odebrecht Óleo e Gás (OOG) concederam um prazo quase que "indeterminado" para a empresa apresentar um plano de reestruturação de sua dívida de US$ 4 bilhões, ou cerca de R$ 14 bilhões.

Os detentores de bônus externos e os bancos Bradesco e Banco do Brasil vão esperar até que seja fechado um acordo entre a empresa e a Petrobras , que está renegociando as condições dos contratos com seis navios-sonda da companhia.

A situação da empresa de óleo e gás do grupo Odebrecht começou a se deteriorar depois que a própria Petrobras cancelou a contratação de um navio-sonda da companhia no fim do ano passado.

Desde então, a OOG a passou a descumprir uma série de cláusulas dos contratos de bônus emitidos no exterior.

Em uma delas, era prevista a reposição do contrato perdido com a Petrobras, o que não foi feito. Depois disso, a empresa também deixou de pagar US$ 9,6 milhões em juros de uma série de bônus perpétuos, que não têm vencimento.

De acordo com advogados ligados aos credores externos, a OOG chegou a apresentar um plano de reestruturação, mas que acabou sendo questionado em função da dúvida em relação à receita futura da companhia. Desde abril, a Petrobras, além de romper o contrato de aluguel de um navio, está renegociando as condições de seis outros contratos em vigor, deixando essa incerteza.

Se os credores seguissem à risca o que ficou acordado em cláusulas da emissão de bônus, poderiam cobrar toda a dívida da Odebrecht Óleo e Gás, mas, segundo advogados dos credores, isso inviabilizaria completamente a companhia.

"Por isso, os credores estão com boa vontade", diz um dos advogados dos credores. São três as séries de bônus externos emitidos pela empresa: uma de US$ 1 bilhão com vencimento em 2021, outra de US$ 2 bilhões vencendo em 2022 e US$ 550 milhões de bônus perpétuos.

Os bancos, por sua vez, seguiram a mesma linha dos detentores de bônus e já concederam um "stand still", que nada mais é do que uma prorrogação do prazo de pagamento. Juntos, Bradesco e Banco do Brasil possuem cerca de US$ 400 milhões a receber da OOG.

Os bancos também vão esperar até que as negociações com a Petrobras terminem, mas as instituições não quiseram fazer comentários.

Segundo fontes próximas à Odebrecht, já foram sete rodadas de negociação com a estatal sobre os novos valores dos contratos de aluguel dos navios-sonda, mas não há como ter uma previsão de fechamento de acordo.

A petrolífera está promovendo uma grande renegociação de contratos com diversos prestadores de serviços, não só com a OOG.

Com a recente mudança de diretoria da Petrobras, a incerteza sobre quando e como vão chegar a um acordo fica ainda maior. A OOG não quis fazer comentários.

A empresa também não revela o valor total dos contratos que tem com a Petrobras, mas, segundo alguns especialistas no setor, em função do volume de financiamentos é possível estimar que sejam na casa das dezenas de bilhões de reais.

O grupo Schahin, por exemplo, que entrou em recuperação judicial, tinha dívidas de cerca de R$ 12 bilhões e seus contratos eram da ordem de US$ 15 bilhões.

O endividamento da empresa de óleo e gás da Odebrecht é um dos maiores do grupo, representando cerca de 15% do total da dívida bruta total do conglomerado registrado no balanço de 2014.

Além de sofrer com o impacto da Operação Lava Jato, em que o principal executivo e controlador da empresa foi condenado à prisão por corrupção em contratos com a mesma Petrobras, a OOG enfrenta ainda as condições adversas do setor de óleo e gás, que tem sofrido com a queda do preço do petróleo.

Executivos da empresa dizem que não há demanda mundial por navios-sonda e cerca de 80 estão parados, sem contratos, em todo o mundo.

Argumento que parece ter sido aceito pelos credores, que concederam mais prazo à companhia. A escassez de demanda teria sido um dos motivos ao descumprimento da cláusula que previa a reposição do contrato até 90 dias após suspensão do contrato original.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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