Cosan fará investigação interna sobre fraude em usina
Em comunicado, companhia diz que investigará envolvimento de funcionário em esquema sonegação de imposto
Tatiana Vaz
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
São Paulo - Por meio de um comunicado, a Cosan afirma que abriu investigações internas para avaliar a suposta participação de um funcionário da área de carregamento em um esquema de sonegação de ICMS. O esquema envolveria a compra e venda de álcool e uma empresa que é cliente da Cosan.
O caso veio à público com a deflagração da Operação Anhanguera pela Polícia Federal ontem (17/8). Segundo cálculos da PF, a fraude fiscal de todo o esquema (que envolveria não só a usina Costa Pinto, mas também outros grupos produtores de açúcar e álcool) supera 200 milhões de reais, provenientes das negociações entre fraudadores de um milhão de litros por mês.
O esquema foi identificado em janeiro deste ano pela Inteligência das Secretarias de Fazenda de São Paulo e do Rio Grande do Sul, mas apenas ontem foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul e 8 no interior de São Paulo. Entre os envolvidos, há laranjas e empresários do ramo de bebidas e vinhos.
Luiz Carlos Polli, há 15 anos funcionário da Cosan e trabalhando na unidade Costa Pinto, é um dos alvos da PF. Polli lançaria na nota de saída da companhia álcool de alto teor como se fosse um produto de baixo teor. Registrado dessa maneira, o produto contava com o benefício tributário do diferimento, em que o recolhimento do imposto não é realizado na saída da empresa, mas depois, quando a distribuidora o revendia.
Segundo o comunicado da Cosan, Polli atuaria em conjunto com a General Granel de Tietê Ltda, uma fabricante de bebidas. A empresa seria cliente da Cosan desde novembro de 2008. De acordo com a nota, a General Granel é um pequeno cliente, tendo representado menos de 0,2% do total de álcool vendido pela Cosan desde então - o equivalente a 13.000 metros cúbicos.
No comunicado, a Cosan afirma que não foi apontada, em nenhum momento, pela Policia Federal como empresa envolvida na ação, e que tem total interesse na apuração rigorosa dos fatos pelas autoridades competentes.
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