Cosan está próxima de fechar acordo com Shell
Joint-venture das duas empresas está avaliada em US$ 12 bilhões
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
São Paulo - A Cosan está em "fase avançada" para a finalização das negociações com a Shell para a formação de uma joint venture anunciada em fevereiro deste ano, disse nesta sexta-feira o diretor-presidente do maior grupo sucroalcooleiro do Brasil, Marcos Lutz.
"É um negócio complexo, são mais de 50 contratos, tem uma execução bastante complexa. A gente está muito avançado, mas não posso dar a data exata por motivos óbvios, porque eu não conheço a data exata", declarou ele em teleconferência com jornalistas.
Questionado se as duas empresas poderiam operar juntas já este ano, ele afirmou: "Este é um desejo das duas companhias, mas não posso fazer uma afirmação dessas".
No início de fevereiro, a Cosan anunciou negociações com a Shell para a formação de uma joint venture avaliada em 12 bilhões de dólares.
O memorando previa inicialmente negociações exclusivas por 180 dias para a formação da joint venture, prazo que já expirou.
"Mas realmente estamos muito no final das negociações. Dos temas que existem, não existe nenhum tema relevante pendente. Agora existe uma execução bastante complexa para a finalização do acordo", explicou Lutz.
A joint venture, segundo o planejado, deve unir os negócios da Cosan de açúcar e etanol, incluindo co-geração de energia a partir do bagaço da cana, com ativos de distribuição e comercialização de combustíveis da Shell no Brasil, além da participação da petrolífera em empresas de pesquisa e desenvolvimento a partir da biomassa.
Após ter comprado ativos de distribuição de combustíveis no Brasil, incluindo os da Esso, atualmente a receita da Cosan neste setor já responde pela maior parte das vendas da companhia, que divulgou os resultados trimestrais na noite de quinta-feira. Veja detalhes:
Emissão de títulos
Segundo o executivo, após a concretização do acordo com a Shell, o rating da Cosan subirá rapidamente, o que vai permitir que a companhia possa se financiar de maneira mais vantajosa por meio da emissão de títulos.
Questionado sobre o assunto, ele respondeu: "A gente pensa, mas a gente está no momento de muita liquidez. Se for feito o negócio com a Shell, o rating muda abruptamente. Isso acontecendo, não seria razoável fazer emissão antes de ter um 'upgrade' substancial no nosso rating".
"Então essa é a principal razão para estarmos com o freio de mão puxado no momento, mas certamente estaremos sempre observando as melhores oportunidades de financiar a companhia", declarou ele, ponderando que "vale a pena esperar".
Por volta das 11h (horário de Brasília), as ações da Cosan operavam em queda de 0,6%, enquanto o Ibovespa subia 0,8 por cento.