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Cosac Naify vai picotar livros que não vender até dezembro

A editora alega que não pode mais arcar com o custo de manter guardados os exemplares que não são vendidos

Livros: “seria fantástico se a Amazon tivesse comprado todo o estoque, mas não aconteceu", disse diretor da Cosac (Thinkstock/keira01)

Luísa Melo

Publicado em 23 de setembro de 2016 às 12h37.

São Paulo - Em 31 de dezembro, os livros que ainda restarem no estoque da Cosac Naify terão um destino dramático: eles serão picotados.

A editora , que decidiu encerrar as atividades no fim do ano passado depois de acumular prejuízos , alega que não pode mais arcar com o custo de manter guardados os exemplares que não são vendidos.

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"Infelizmente, temos obras que ainda têm um volume muito grande em nossos estoques. (...) Não dá para ficar guardando esses livros que não têm giro. É muito caro”, afirmou o diretor financeiro da empresa, Dione Oliveira, em entrevista ao site Publishnews.

Depois que a Cosac fechou as portas, os direitos de publicação de alguns de seus títulos foram transferidos para outras editoras e a Amazon negociou exclusividade para comercializar o estoque.

Desde então, a varejista online organizou diversas promoções. Algumas obras, inclusive, chegaram a ser reimpressas.

Entretanto, a companhia parece não ter se interessado por todos os livros que a Cosac tinha à disposição.

“Seria fantástico se a Amazon tivesse comprado todo o nosso estoque, como dizem por aí, mas isso não foi verdade, infelizmente”, disse Oliveira.

Ele não revelou quantos itens a editora ainda guarda.

O executivo descartou a possibilidade uma fazer uma liquidação dos exemplares porque alguns deles já tiveram os direitos cedidos a outras editoras e, inclusive, foram publicados com os novos selos.

"Se eu inundo o mercado com uma grande oferta desses livros, os novos detentores dos direitos terão dificuldade em vender seus livros. Nós temos ponderado isso”, disse.

Ele também afirmou que a Cosac não pensa em doar os exemplares a bibliotecas ou aos autores porque a companhia não tem tempo, pessoal e nem dinheiro para arcar com isso.

"Tem um problema que muitas pessoas desconhecem. Doações geram um transtorno contábil na empresa. Se faço uma doação de um livro, tenho que reconhecer o custo disso. Se eu faço a doação de um volume considerável de livros, eu gero um resultado financeiro negativo absurdo, fora da curva”, afirmou.

Procurada por EXAME.com, a Amazon disse que continuará a vender os livros da Cosac Naify com exclusividade e que manterá as promoções. A empresa também afirmou que "não discute estratégias comerciais" da editora.

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