Negócios

Copel quer melhorar gestão com reestruturação

Companhia pretende melhorar a gestão com reestruturação que inclui criação de subsidiárias e corte de custos

Usina Hidrelétrica Governador José Richa - Salto Caxias, da Copel (Divulgação)

Usina Hidrelétrica Governador José Richa - Salto Caxias, da Copel (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2013 às 19h41.

São Paulo - A Copel, empresa de energia controlada pelo governo paranaense, pretende melhorar a gestão do grupo com a reestruturação da companhia, que inclui criação de subsidiárias e corte de custos, disse o presidente da empresa.

A Copel aprovou na semana passada a criação das subsidiárias Copel Renováveis e Copel Participações, voltadas para novos negócios, além de outras alterações no estatuto da companhia referentes à reestruturação.

A primeira vai concentrar os investimentos da empresa em energias renováveis e a Copel Participações vai gerir as participações em sociedades de propósito específico (SPEs).

"Nós tínhamos uma estruturação que sob o ponto de vista de gestão, de dinâmica da gestão, não era a mais adequada para os propósitos da empresa", disse o presidente da Copel, Lindolfo Zimmer, em entrevista à Reuters.

Segundo ele, as alterações também visam a adequar a empresa a mudanças regulatórias, como as trazidas pela Medida Provisória 579 convertida em lei, de renovação das concessões do setor.

Com as subsidiárias, a Copel pretender obter maior isonomia na gestão das empresas, que serão mais voltadas a resultados, garantindo que elas agreguem valor à holding.

A geração eólica é vista como uma das fontes de energia elétrica mais interessantes no segmento de renováveis, segundo Zimmer. "A geração eólica é muito promissora, muito mais atraente hoje do que as hidráulicas grandes, que têm dificuldades muito acentuadas, principalmente com questões de meio ambiente", disse o executivo.

Ele acrescentou que a empresa ainda não tem um projeto firme de energia solar para entrar nos próximos leilões de energia, fonte que, segundo, ele ainda não é competitiva.

Apesar das dificuldades para construir grandes hidrelétricas no país, a Copel chegou a formar consórcio com a chinesa State Grid para o leilão da hidrelétrica Sinop em agosto, e tem interesse na usina São Manoel, que será licitada em dezembro.

"Nos preparamos para Sinop, chegamos a estudar em profundidade, mas optamos por não concorrer... Porque lá envolvia uma área muito grande de reservatórios e incertezas muito altas. Eu estaria sendo injusto com o acionista, colocando o seu capital em risco dessa forma. Preferimos andar de uma forma um pouco mais segura", disse ele.


A hidrelétrica Sinop, no rio Teles Pires, foi arrematada por empresas da Eletrobras, e vendeu energia a 109,40 reais por megawatt-hora (MWh) na competição -- um deságio de 7,3 por cento ante o preço máximo inicial estabelecido de 118 reais por MWh. A Alupar, que era parceira da Eletrobras para disputar a usina, desistiu do projeto antes do leilão, conforme informou.

No caso da hidrelétrica São Manoel (700 MW), a Copel espera ser competitiva, já que projeto também tem sinergias com outros empreendimentos da empresa, como a de Colíder, que a companhia está construindo no Mato Grosso, também no rio Teles Pires. O preço-teto para a energia de São Manoel no leilão, que está marcado para dezembro, ainda não foi divulgado.

Renovação da Distribuidora

A concessão da Copel Distribuição, distribuidora de energia do grupo, vence em 2015 e as regras de uma renovação ainda não foram divulgadas pelo governo federal -- mas Zimmer disse que não há preocupação em relação ao tema.

Segundo ele, a Copel tem índices de qualidade de serviço "entre os melhores" e com o aprimoramento econômico-financeiro da empresa, diante dos planos de corte de custos e reestruturação, "não haveria sentido penalizar uma empresa que está trabalhando bem".

O governo federal tem sinalizado que definirá indicadores de qualidade para as distribuidoras, que serão exigidos para renovação das concessões.

Questionado sobre fusões e aquisições, Zimmer disse que acredita que em algum momento a empresa pode ter oportunidade de comprar a CFLO, distribuidora de energia que era do Grupo Rede Energia e que foi vendida para a Energisa.

"Essas pequenas, a gente acha que vai chegar um momento em que vão conversar conosco, porque não faz sentido ter uma pequeninha inserida dentro do Estado do Paraná, em que a gestão vai ser sem custo adicional para a concessão como um todo. Então pode ser uma oportunidade boa", disse.

A Companhia Força e Luz do Oeste (CFLO) atende o mercado consumidor de energia da cidade de Guarapuava (PR). Alves)

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