Copel: "Vamos analisar quando houver perspectiva de (fazer) proposta mais firme", disse diretor financeiro da empresa (NANI GOIS)
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2013 às 14h30.
São Paulo - A Copel, empresa de energia paranaense, mantém o interesse na aquisição da Enersul (MS) e da CFLO (PR), distribuidoras do Grupo Rede Energia, mesmo após ter desistido de disputar a compra de ativos do grupo em proposta conjunta com a Energisa.
"Vamos analisar quando houver perspectiva de (fazer) proposta mais firme", disse o diretor financeiro, Luiz Eduardo Sebastiani, em teleconferência com analistas nesta sexta-feira.
A Copel, controlada pelo estado do Paraná, chegou a apresentar proposta conjunta com a Energisa por ativos do Grupo Rede, dentro do processo de recuperação judicial do endividado grupo, buscando competir com CPFL Energia e Equatorial Energia, que já tinham firmado compromisso de compra com o então controlador Jorge Queiroz Jr.
Copel e Energisa receberam apoio dos credores do Grupo Rede para ter sua proposta avaliada em assembleia, mas a Copel desistiu da compra, ao avaliar que o tempo definido para confirmar a oferta não era suficiente.
Atualmente, o plano de recuperação do Grupo Rede vinculado à venda do controle para a Energisa está sendo avaliado pelo juiz responsável pela recuperação judicial, que definirá o destino do grupo, em decisão esperada para as próximas semanas, segundo a Energisa.
Sebastiani disse nesta sexta-feira que o interesse da Copel, desde o início, era pela Enersul, distribuidora que atende o Estado do Mato Grosso do Sul, e pela Companhia Força e Luz do Oeste (CFLO), pequena concessionária de energia na cidade de Guarapuava, no Paraná.
"O nosso foco pode se dirigir para CFLO e Enersul", disse o diretor, que não descartou associações com outras empresas caso venha a fazer proposta pelos ativos.
A Copel continua avaliando oportunidades de aquisições e participação em leilões de novos projetos e mantém o interesse em disputar a concessão da hidrelétrica Sinop (MT), que será licitada no próximo leilão A-5, neste mês.
Mas o executivo disse que a apresentação de proposta pela usina dependerá de avaliar as condições de retorno no leilão e que a meta principal da Copel é melhorar a eficiência na Copel Distribuição.
A distribuidora está conduzindo um programa de redução de custos, com desligamento voluntário, que deve surtir mais efeitos no resultado da empresa a partir do ano que vem, segundo o diretor de Distribuição, Vlademir Daleffe. "Os resultados virão mais fortemente no segundo semestre e no próximo ano. Grande parte das pessoas que aderiram (ao programa de desligamento) sairão no fim do ano", disse na teleconferência.
A Copel Distribuição registrou um lucro líquido de 68,2 milhões de reais no segundo trimestre, ante prejuízo de 76,4 milhões de reais no mesmo período do ano passado, divulgou a companhia na quarta-feira. O grupo como um todo teve lucro líquido de 252 milhões de reais no segundo trimestre, um aumento de 36,1 por cento na comparação anual.
Como parte da redução de custos, a Copel espera diminuir gastos de folha de pagamento em pelo menos 10 por cento a partir de 2014, na comparação com 2012, conforme já tinha informado a empresa em março.
A Copel ainda negocia a liquidação antecipada da dívida que o Estado tem com a companhia referente à Conta de Resultados a Compensar (CRC), com desconto máximo de 10 por cento sobre o saldo de 1,37 bilhão de reais, em valores atualizados.
A empresa não deu uma estimativa de data para que o governo do Paraná se posicione sobre o tema. "A definição está agora com o governo do estado do Paraná, que se encontra com o processo para que possa realizar o empréstimo junto ao banco", disse Daleffe.