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A três meses da COP26, 45% do PIB do Brasil se compromete a zerar emissões

Ambev, BRF, JBS, Azul, BB, Malwee, Klabin, Natura, entre outras, fazem ou reiteram compromisso durante visita de Alok Sharma, presidente da conferência

Alok Sharma, presidente da COP26: “Todos os dias abrimos o jornal e lemos sobre as temperaturas subindo” (Chris Watt/Divulgação)
RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 4 de agosto de 2021 às 19h51.

Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 13h37.

Inundações na Europa e na China, glaciares em rápido processo de derretimento, queimadas que duram o ano inteiro. Esses são exemplos de como o planeta já sente os efeitos das mudanças climáticas , afirmou nesta quarta-feira, 4, o presidente da COP26,Alok Sharma.

“Todos os dias abrimos o jornal e lemos sobre as temperaturas subindo”, disse o britânico que está à frente da próxima conferência do clima da ONU, que acontece em novembro, na cidade de Glasgow, na Escócia. Sharma está no Brasil para uma série de encontros com empresas, ONGs e o governo – inclusive com o presidente Jair Bolsonaro, que inicialmente não havia confirmado a reunião, mas acabou aceitando se encontrar com ele no final da tarde de quarta.

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Talvez a quantidade de empresas engajadas na causa ambiental, especialmente na redução das emissões de carbono , tenha servido de incentivo para Bolsonaro dedicar mais tempo ao assunto. Sharma se reuniu com uma série de companhias, entre elas as gigantes do setor de alimentos e bebidas Ambev, BRF e JBS; a Klabin, de papel e celulose; a indústria de moda Malwee; o Banco do Brasil; a fabricante de cosméticos Natura; as empresas de transportes Movida e Azul; entre outras.

Durante cerimônia realizada em Brasileira, que marcou a adesão de alguns estados à Race to Zero, inciativa que busca angariar compromissos de neutralidade em carbono, o grupo Empresas pelo Clima, organizado pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), entregou uma carta à Sharma para demonstrar o comprometimento do setor privado brasileiro com a redução das emissões.

O grupo reúne os CEOs de mais de 80 grandes companhias, que representam 45% do PIB brasileiro. Sharma ficou empolgado. “Vocês são meus heróis do clima”, afirmou o presidente da COP no encerramento de sua participação.

A maior COP desde Paris

Sharma recebeu do primeiro-ministro Boris Johnson uma das missões mais importantes de seu governo. Antes cético em relação às mudanças climáticas, Johnson enxerga no evento a grande oportunidade de deixar um legado importante da sua administração, que foi responsável por concluir a saída do Reino Unido da União Europeia, no famoso Brexit .

A oportunidade de deixar uma boa impressão, de fato, é gigantesca. A COP26 está sendo encarada como a conferência climática mais importante desde a de 2012, na França, quando se estabeleceu as bases para a assinatura do Acordo de Paris. Para isso, é preciso que as negociações em torno dos temas que faltam finalizar no acordo, em especial o artigo 6, que trata da criação de um mercado de carbono global, devem ser bem-sucedidas.

Por isso, Sharma, que nasceu na Índia e foi criado na Inglaterra, tem viajado o mundo para se encontrar com líderes políticos, empresariais e membros da comunidade científica e do Terceiro Setor.

Estados aderem à causa climática

Durante o evento, antes de saber que se encontraria com Bolsonaro, Sharma destacou o compromisso feito pelo Brasil de alcançar a neutralidade em carbono até 2050 e disse que espera obter mais informações sobre isso nas conversas reservadas com os membros do governo – o que agora poderá ser perguntado ao próprio presidente.

As tratativas estão mais avançadas, no entanto, com os governos municipais e estaduais. Assinaram o compromisso os governos de Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e Pará. Também estão no processo de adesão Amazonas, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Paraná. Esses estados representam 48% das emissões brasileiras e 50% do PIB.

Entre as cidades, fazem parte do compromisso estão as capitais São Paulo, Fortaleza, Curitiba, Salvador e Recife, além de Niterói (RJ), São Leopoldo (RS), Canoas (RS) e Serra Talhada (PE).

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