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Contra rivais estrangeiras, dona do Bob’s prevê investir R$ 1 bi até 2023

O aporte segue o movimento de expansão de seus principais concorrentes, McDonald’s e Burger King

Bob's: o objetivo do Bob’s é chegar a 1.650 pontos de venda em 2023 (Bob's/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de setembro de 2018 às 10h19.

Controladora da rede Bob’s , a Brazil Fast Food Corporation (BFFC) pretende investir, com auxílio de seus franqueados, cerca de R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos no Brasil para expandir e modernizar lojas de sua principal marca. O aporte segue o movimento de expansão de seus principais concorrentes, McDonald’s e Burger King.

O objetivo do Bob’s é chegar a 1.650 pontos de venda em 2023, entre lojas e quiosques, cerca de 50% a mais do que hoje, informou o presidente da holding, Ricardo Bomeny. Além da expansão do total de lojas, o executivo quer levar para toda rede o novo conceito de atendimento do Bob’s, marcado pelas telas de autoatendimento. Novos produtos e programas de fidelidade, como o Bob’s Fã, que tem 5,5 milhões de usuários cadastrados, são outros trunfos da rede, aberta no Rio de Janeiro há 60 anos, e de capital 100% nacional.

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Em 2018, a companhia investirá R$ 150 milhões para modernizar 60% de suas lojas e abrir mais 75 pontos de venda. O Bob’s tem hoje mais de mil lojas pelo País, entre restaurantes e quiosques - a maioria é operada no sistema de franquia. “Mudamos a marca, o logotipo, toda a parte de design de negócio. Transformamos também a cozinha, para ser mais robusta e ágil”, explica Bomeny, lembrando que as mudanças foram iniciadas em 2014.

Uma das inovações que a empresa trouxe nos últimos anos foram os totens de atendimento eletrônico e a instalação de máquinas nas quais os próprios clientes se servem de refrigerantes. De acordo com Bomeny, a modernização das lojas surtiu efeito: o faturamento das unidades que operam dentro do novo conceito subiu 15% em relação às mais antigas.

Além do Bob’s, a BFFC também é dona da rede Yoggi e comanda as franquias da Pizza Hut e da KFC no País. Há 22 anos no comando da companhia, Bomeny diz que, mesmo nos piores anos da recessão - 2016 e 2017 -, a empresa não deixou de crescer. “Em todos os anos tivemos crescimento, ainda que a taxas um pouco menores do que se experimentou de 2011 a 2013”, diz. “E 2018, mesmo que não seja um ano incrível, também não vai regredir.”

Expansão. O setor de alimentação fora de casa, no qual está incluído o fast-food, registrou crescimento médio real de 8% ao ano entre 1994 e 2014, diz Sérgio Molinari, fundador da consultoria Food Consulting. A partir de 2015, o segmento começou a andar para trás, acompanhando o movimento de retração da renda do brasileiro.

Para o especialista, apesar de a crise ainda estar em curso, a tendência é de melhora na economia após as eleições. “Estamos com um pé na estagnação e outro na recuperação. Na hora em que clarear, o que vai ocorrer depois das eleições, a vida volta ao normal”, prevê.

Molinari lembra que o Bob’s não está sozinho ao investir no Brasil. O Burger King deve abrir cerca de cem novas lojas este ano, de carona nos recursos que levantou em sua abertura de capital, que movimentou R$ 2,2 bilhões no fim de 2017. O McDonald’s, por seu turno, anunciou R$ 1 bilhão para o País no início deste ano.

Segundo Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a alimentação fora de casa deverá continuar a ganhar espaço no País. Atualmente, a alimentação fora de casa representa 9% do orçamento familiar, enquanto a comida em domicílio consome 15%. Ele acredita que esses porcentuais caminhem para a equivalência.

“As cidades estão ficando maiores, e a tecnologia na realidade tende a avançar mais na alimentação do que na compra de alimentos”, explica Bentes. “Há muito mais aplicativo de delivery do que de aplicativos para compra de alimentos para serem preparados em domicilio.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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