Construtoras brasileiras dominam lista das mais lucrativas das Américas
PDG Realty foi a empresa do setor que mais lucrou no ano passado, segundo a Economática
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2011 às 18h06.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h35.
São Paulo – As construtoras e incorporadoras brasileiras de imóveis residenciais dominaram a lista da consultoria Economática das empresas mais lucrativas do setor nas Américas. Das dez companhias citadas, sete são brasileiras, duas são dos Estados Unidos e uma é do México. No total, as incorporadoras listadas apresentaram um lucro de 2,788 bilhões de dólares. As empresas brasileiras responderam por 73% da cifra, ou 2,044 bilhões. O desempenho está diretamente ligado a outra lista da Economática – o das construtoras com maior margem líquida, na qual seis brasileiras são lembradas. No ranking daquelas que mais venderam, cinco brasileiras foram incluídas. Já no de construtoras com maior valor de mercado, somente quatro figuram. Veja, a seguir, as construtoras mais lucrativas das Américas.
A brasileira PDG Realty encabeça a relação da Economática, com um lucro líquido de 473,9 milhões de dólares. A empresa, que também é a maior do setor no país, encerrou o ano passado com vendas de 3,139 bilhões de dólares, segundo a consultoria. Foi o terceiro maior volume de vendas, atrás das americans Pulte Homes (4,448 bilhões) e Horton DR (3,966 bilhões). A PDG também apresentou a segunda maior margem líquida do levantamento, com 15,10%, e o segundo maior valor de mercado – 6,677 bilhões de dólares.
A Walter Ind Inc é uma holding que agrupa empresas de vários setores, como construção pesada e energia. No ramo imobiliário, o grupo atua por meio da Jim Walter Homes. O braço imobiliário da Walter Ind apresentou lucro líquido de 385,8 milhões de dólares no ano passado. Isso o colocou na vice-liderança do ranking da Economática. Maior empresa em valor de mercado das Américas no setor imobiliário, avaliada em 7,480 bilhões de dólares, a Walter Ind não conseguiu figurar em nenhuma das outras listas da consultoria – maiores vendas e maiores margens.
A mineira MRV é mais uma construtora brasileira na lista da Economática. No ano passado, a empresa lucrou 380,8 milhões de dólares, o que lhe garantiu a terceira posição entre as mais lucrativas das Américas. A MRV surge com destaque em outra relação – a das maiores margens líquidas, na qual é a número um, com margem de 21%, segundo a Economática. Já em relação ao volume de vendas, a incorporadora ocupa a nona posição, com 1,813 bilhão de dólares. A empresa encerrou 2010 como a quinta mais valiosa das Américas no setor, avaliada em 4,138 bilhões de dólares.
A Cyrela, que já foi a maior incorporadora do país, ocupa a quarta posição entre as mais lucrativas das Américas, com 360,3 milhões de dólares. A empresa também é a quarta maior em valor de mercado, cotada em 4,207 bilhões de dólares. Segundo a Economática, em 2010, as vendas da Cyrela totalizaram 2,935 bilhões de dólares, o que a colocam como a quinta maior deste ranking. A posição se repete quanto à margem líquida, 12,27%.
Com 249,7 milhões de dólares de lucro líquido no ano passado, a Gafisa conquistou a quinta posição entre as construtoras mais lucrativas da Economática. A empresa figura ainda na sexta posição no ranking de maiores margens líquidas, com 11,18%. No ano passado, a Gafisa vendeu 2,233 bilhões de dólares, segundo a Economática, o que lhe garantiu a sétima posição nesta lista. A empresa terminou 2010 como a nona mais valiosa das Américas, cotada em 3,013 bilhões de dólares.
A Brookfield desenvolve tanto projetos residenciais, quanto comerciais. No ano passado, a empresa apresentou um lucro líquido de 363,7 milhões de reais, ou 80% maior que o do ano anterior. O resultado foi o maior da história da empresa. De acordo com a Economática, isso corresponde a 218,3 milhões de dólares, o que lhe garantiu a sexta posição entre as mais lucrativas das Américas. A empresa também foi a sétima em margem líquida, com 11,07%. Em vendas, a Brookfield ficou em oitavo, ao totalizar 1,971 bilhão de dólares. O desempenho, contudo, não foi suficiente para que conquistasse um lugar na lista das dez construtoras com maior valor de mercado da Economática.
A Rossi Residencial lucrou 209,9 milhões de dólares no ano passado, segundo a Economática. O desempenho a colocou como a sétima mais lucrativa das construtoras do continente. Seu desempenho foi melhor, contudo, em relação à margem líquida. Nesta relação, a empresa surge em terceiro lugar, com margem de 14,01%, atrás apenas da MRV (21%) e da PDG Realty (15,10%). A Rossi não figura nas outras relações da Economática – as dez mais em vendas e as maiores em valor de mercado.
Prova de que o setor imobiliário dos Estados Unidos continua sentindo os efeitos da crise deflagrada em 2008, o país emplacou apenas duas construtoras no ranking das mais lucrativas das Américas. Além da Walter Ind, em segundo lugar, a outra incorporadora é a NRV, em oitavo lugar. Seu lucro líquido foi de 206 milhões de dólares no ano passado. No montante de vendas, a NRV se saiu melhor e conquistou a quarta posição, com 2,981 bilhões de dólares. Com muita venda e pouco lucro, a margem líquida da empresa ficou em 6,91%, o que a colocou em oitavo lugar neste ranking. Mas o item em que a NRV se saiu melhor foi o valor de mercado: 4,429 bilhões de dólares, ou o terceiro maior das Américas.
Sendo um ranking de todo continente americano, o México emplacou pelo menos um representante – a Urbi Desarrollos. Em uma lista dominada por brasileiros e com duas citações a americanos, a empresa mexicana ficou em nono lugar, com um lucro líquido de 152 milhões de dólares. Especializada em condomínios residenciais que evocam as tradicionais vilas mexicanas de séculos atrás, a Urbi se saiu melhor na lista das maiores margens líquidas. Com 12,56%, ocupou a quarta posição. Lucro baixo e margem alta só significam uma coisa – vendas proporcionalmente pequenas. Tanto que a Urbi não figurou na relação das que mais venderam em 2010. Também não aparece na lista das mais valiosas da Américas.
Em um ranking dominado por brasileiros, coube à Even fechar a lista das top ten no quesito maiores lucros das Américas. A empresa é citada pela Economática, com ganhos de 151,5 milhões de dólares. É a única menção da consultoria à Even. A empresa não figura nas demais listas: maiores vendas, margem líquida ou valor de mercado.
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