Negócios

Conheça operação de guerra dos EUA para distribuir vacina anti-coronavírus

A FedEx e os Correios americanos vão órganizar e liderar a logística da mais complexa campanha de vacinação da história

Enfermeira prepara aplicação da vacina da Pfizer BioNTech: armazenamento a 70 graus negativos é um desafio (Frank Augstein/Reuters)

Enfermeira prepara aplicação da vacina da Pfizer BioNTech: armazenamento a 70 graus negativos é um desafio (Frank Augstein/Reuters)

DG

Denyse Godoy

Publicado em 14 de dezembro de 2020 às 06h00.

Os Estados Unidos estão começando a distribuir para hospitais e clínicas médicas do país a vacina anti-coronavírus fruto da parceria entre a farmacêutica americana Pfizer e a empresa de biotecnologia alemã BioNTech. Como o imunizante precisa ser armazenado a 70 graus negativos, o que demanda uma logística muito complexa, os acertos e erros da estratégia servirão de modelo para o restante do mundo. A campanha de vacinação contra a covid-19 será a mais desafiadora da história.

Como fica a Bolsa com o lançamento da vacina? Veja agora a análise das melhores empresas para investir hoje

Os principais operadores da cadeia de distribuição vão ser os Correios (National Postal Service, ou NPS, em inglês) e a companhia privada de logística FedEx. Sendo as únicas com estrutura e alcance para chegar a todas as cidades, as duas empresas dividiram os 50 estados americanos entre si para se organizar e contrataram um total de 170 mil trabalhadores para dar conta da demanda. Nos últimos anos, ambas investiram bastante no transporte de produtos e equipamentos de saúde, contando agora com freezers potentes em suas unidades. Mesmo com o aumento do despacho de encomendas nesta época do ano, os Correios e a Fed asseguraram ao governo que vão passar a vacina na frente dos demais pacotes.

As ampolas de imunizante são transportadas em caixas do tamanho de uma mala média com gelo seco, as quais ficam funcionando como mini-freezers. Caso o local de vacinação não tenha um freezer adequado para armazenamento, essas caixas, que comportam até 5 mil ampolas, podem guardar a vacina por até 30 dias – desde que não sejam abertas mais de duas vezes por dia (cada vez durando no máximo um minuto) e tenham o gelo seco reposto e cada cinco dias.

Entre as medidas empregadas para garantir que a vacina vai ter um trânsito rápido dos centros de distribuição da Pfizer nos estados de Michigan e Wisconsin até os cidadãos, mantendo sua qualidade, está a prioridade nos aeroportos. Se houver um carregamento pronto para decolar ou aterrisar, os demais aviões vão ter que esperar. Mesmo os aeroportos que não constam inicialmente do plano de distribuição foram avisados para se preparar, reservando pessoal suficiente até para a limpeza das pistas em caso de nevasca, porque podem ser usados se um voo precisar ser desviado.

Em solo, os caminhões que levarão os containers terão escolta. Todas as etapas serão monitoradas por GPS e terão temperatura ambiente e exposição à luz controladas. Além dos sistemas usados pelos Correios e pela FedEx, a Pfizer está colocando os seus próprios rastreadores nas caixas. Os dados serão monitorados em centrais montadas pelos Correios junto com o comitê do governo federal designado para coordenar a operação. Não à toa, o comitê é comandado por um general: a maior arma na guerra contra a covid-19, que já matou 1,6 milhão de pessoas no mundo todo, não pode ser desperdiçada.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEstados Unidos (EUA)Exame HojeFedExLogísticaPfizerTransporte e logísticavacina contra coronavírusVacinas

Mais de Negócios

Os criadores do código de barras querem investir em startups brasileiras de olho no futuro do varejo

Marca de cosméticos naturais Laces aposta em 'ecossistema' para chegar a 600 salões e R$ 300 milhões

Uma vaquinha de empresas do RS soma R$ 39 milhões para salvar 30.000 empregos afetados pela enchente

Ele fatura R$ 80 milhões ao transformar gente como a gente em palestrante com agenda cheia