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Concorrência cerca Netflix em guerra pelo mercado de streaming

Com cerca de 140 milhões de assinantes, gigante do setor vai sofrer não apenas com concorrentes, mas também com retirada de conteúdos da plataforma

Vídeo on demand: serviço de streaming deve ser explorado por mais empresas (Elijah Nouvelage/Reuters)

Vídeo on demand: serviço de streaming deve ser explorado por mais empresas (Elijah Nouvelage/Reuters)

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AFP

Publicado em 18 de março de 2019 às 17h29.

Alguns dos grandes nomes da indústria do entretenimento e da tecnologia estão se preparando para mergulhar no serviço de vídeos sob demanda neste ano, o que poderia representar um grande desafio ao maior nome do setor de streaming, Netflix.

Espera-se que a Apple anuncie seus planos em 25 de março, incluindo um orçamento de 1 bilhão de dólares e a participação de estrelas como a atriz Jennifer Aniston e o diretor J.J. Abrams.

O grupo Disney já tinha anunciado que lançará seu novo serviço Disney+ este ano, bem como a WarnerMedia, nova divisão de mídia e entretenimento da AT&T.

Os recém-chegados podem representar um grande desafio para a Netflix, que conta com cerca de 140 milhões de assinantes pagos em 190 países, e para outras plataformas como Amazon e Hulu.

"A indústria realmente vai mudar", disse Alan Wolk, cofundador da consultoria TVREV, que abrange o setor. Wolk antecipou que vê sete ou oito plataformas de streaming coexistindo, o que levará a uma "enorme concorrência pelos novos programas e pelos programas sucedidos".

Os novos rivais chegam a um setor transformado pelo crescimento impressionante da Netflix e por um aumento da preferência dos consumidores pela televisão sob demanda transmitida em plataformas digitais.

Apenas nos Estados Unidos estima-se que 6 milhões de consumidores deixaram de assinar a TV a cabo desde 2012, enquanto os serviços sob demanda cresceram, segundo o Leichtman Research.

Mas, bem como a Netflix desestabilizou a televisão tradicional, seus concorrente pretendem abalar a Netflix.

Prejuízos

A Netflix vai sofrer não apenas com novos rivais, mas também com a perda de conteúdo da Disney e da Time Warner. Estas empresas "têm grandes arquivos, logo, o custo de seu conteúdo é muito menor do que será para a Netflix, que precisará pagar por todo seu conteúdo", disse Laura Martin, analista da Needham & Co.

A WarnerMedia lançará neste ano um serviço que combina o conteúdo de seu canal premium HBO, que transmite "Game of Thrones", e do amplo arquivo de programas e filmes da Time Warner.

O serviço da Disney contará com seus filmes e programas de televisão, bem como o arquivo que está prestes a adquirir da 21st Century Fox, um negócio que será fechado nos próximos dias. Isso inclui as franquias de "Star Wars" e de super-heróis da Marvel - atualmente no catálogo da Netflix - e o conteúdo televisivo da ABC.

A analista Alexia Quadrani, da JP Morgan, antecipou que a Disney eventualmente vai alcançar a Netflix ou até superá-la, podendo alcançar 45 milhões de assinantes nos EUA e 115 milhões internacionais.

Alan Wolk prevê: "As pessoas assinarão um serviço para ver um programa e aí ficará fácil cancelar para ir para outro".

Por ora, sem pânico

Alguns analistas consideram que a Netflix não tem razões para entrar em pânicos - pelo menos por enquanto.

"A Netflix entendeu este negócio, sabe o que os consumidores querem", disse Dan Rayburn, analista em streaming da Frost & Sullivan.

Contudo, Rayburn acredita que, com o tempo, os concorrentes podem se aproveitar de sua base de usuários e infraestrutura para eliminar a vantagem da Netflix. "O que a Netflix possui? Nada", disse.

Mesmo assim, afirmou que qualquer empresa que quiser desafiar a Netflix precisa ser "rápida e ágil", mas não está claro se os grupos mais tradicionais conseguem fazer isso.

"Os veículos tradicionais perderam sua oportunidade de competir com a Netflix (e outras plataformas tecnológicas), a não ser que estejam verdadeiramente dispostos a ir a fundo", opinou Richard Greenfield, da BTIG Research, em estudo recente.

Para este analista, isso significa que deveriam parar de focar na audiência e controlar melhor seus conteúdos.

"A Disney enfrenta um dilema clássico dos inovadores, que dificulta se voltarem diretamente ao consumidor, sem esquecer que eles e o resto dos veículos tradicionais não valorizam realmente a importância da tecnologia para ter sucesso no streaming diretamente ao consumidor", escreveu Greenfield.

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