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Compra do BAC permite ampliar produtos a cliente de alta renda, diz Lazari

O BAC Florida, comprado pelo Bradesco, é líder no segmento de crédito imobiliário na Flórida para clientes de alta renda

Bradesco: 22% da carteira de clientes do BAC são brasileiros não-residentes (Paulo Whitaker/Reuters)

Bradesco: 22% da carteira de clientes do BAC são brasileiros não-residentes (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de maio de 2019 às 14h09.

São Paulo — A compra do BAC Florida nos Estados Unidos é "muito complementar" à atual atividade do Bradesco e permitirá ao banco brasileiro ampliar a oferta de produtos e serviços aos clientes de alta renda e do private banking no Brasil, afirma o presidente do Bradesco, Octávio de Lazari. Em teleconferência com jornalistas, o executivo reafirmou que o banco não tem nenhuma intenção de operar no varejo no exterior.

"Com o BAC, a gente coloca um pé nos EUA com operação de fato como banco. É uma aquisição é muito complementar com oferta de produtos e serviços porque nós tínhamos uma carência para atender cliente de alta renda, sobretudo em private e gestão de recursos", disse Lazari. "O BAC tem forte ação em private para não-residentes, principalmente da América Latina."

Após a aprovação das autoridades - que é esperada para ocorrer em prazo de seis a oito meses, o Bradesco planeja manter normalmente as operações atuais do BAC Florida. Com a compra, o banco prevê usar essa instituição norte-americana como plataforma para gestão de recursos a clientes de alta renda do Brasil e outros países da América Latina.

O banco comprado pelo Bradesco nos EUA o líder no segmento de crédito imobiliário na Flórida para clientes de alta renda. Da carteira de clientes, 22% são brasileiros não-residentes. O segmento do crédito imobiliário é um dos principais da atuação do banco.

Além das hipotecas para alta renda, o BAC tem atuação em private banking e gestão de recursos, corporate e banco digital. Como banco digital, o BAC tem alcance nacional nos EUA e, apesar de ter foco na Flórida, já atende clientes em 49 Estados dos EUA.

Questionado sobre eventuais outras aquisições no exterior, Lazari reafirmou que "não vamos fazer banco de varejo fora do Brasil". "Estamos sempre a procura de bons negócios, mas não há previsão disso", complementou, ao lembrar que o Bradesco já opera com escritórios em vários países, como em Londres ou Luxemburgo.

Contas no exterior

Com a aquisição do BAC Florida, o Bradesco prevê que será possível a um cliente brasileiro de alta renda abrir e operar uma conta corrente nos Estados Unidos com o celular no Brasil. Lazari quer ainda ampliar o acesso a produtos e serviços financeiros nos EUA aos clientes endinheirados do Bradesco, especialmente do segmento private que atualmente tem cerca de 13 mil milionários que depositaram R$ 200 bilhões no banco.

"O cliente do Brasil poderá abrir uma conta nos EUA, investir, tirar extrato ou mesmo pagar a conta de luz da casa que ele tem por lá", disse o presidente do Bradesco. "O private do Bradesco continuará trabalhando para os nossos clientes no Brasil e o BAC representa uma nova opção."

Atualmente, o BAC tem cerca de 10 mil clientes em todo o território norte-americano, mas principalmente latino-americanos, e US$ 2,2 bilhões em ativos totais.

Segundo Lazari, cerca de 20% dos clientes do BAC são brasileiros, 10% são norte-americanos, 9% são argentinos e 8%, mexicanos. Dos clientes, 55% têm relacionamento há mais de dez anos e 80% usa a plataforma digital. Há, ainda, 189 empregados no banco.

Lazari disse que o BAC Florida não era um banco que estava a venda, como muitos atualmente nos EUA. "Ele não estava há venda e as conversas começaram há um ano com os atuais controladores", disse o executivo.

O BAC é controlado pelo grupo nicaraguense Pellas, que tem cerca de 140 anos e atua em vários segmentos da economia centro-americana.

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