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Compra de empresas nacionais por estrangeiras dobra

Bens de consumo, comércio e serviços representam a parcela da economia brasileira mais aquecida

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	Compra da Amil pela americana UnitedHealth anunciada na semana passada coroou um ano recorde em aquisições de empresas brasileiras
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Compra da Amil pela americana UnitedHealth anunciada na semana passada coroou um ano recorde em aquisições de empresas brasileiras (Divulgação)

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Fernando Dantas

Publicado em 16 de novembro de 2012, 11h07.

Rio - A compra da Amil pela americana UnitedHealth, por quase R$ 10 bilhões, anunciada na semana passada, coroou um ano recorde em aquisições de empresas brasileiras por grupos estrangeiros ou fundos de private equity também internacionais. Segundo levantamento da PwC, empresa de auditoria e consultoria, o número de aquisições de participação majoritária ou minoritária em empresas nacionais por estrangeiros dobrou desde 2006, passando de 106 para 209, até agosto.

Este ano, alguns nomes muito conhecidos do público brasileiros foram vendidos para empresas ou fundos de private equity estrangeiros: a fabricante de cachaça Ypióca, a rede de churrascarias Fogo de Chão, a rede de lojas de móveis Tok&Stok, a empresa de alimentos Yoki e a rede de lojas de brinquedos PBKids, entre outros.

Consumo

O que caracteriza essa onda de compras por estrangeiros é que ela está muito voltada para o segmento de bens de consumo, o comércio e os serviços, que são a parcela da economia brasileira mais aquecida. "Os investimentos estão indo onde há crescimento", diz Patrice Etlin, sócio para a América Latina da Advent International, empresa global de private equity com sede nos Estados Unidos.

Para Alexandre Pierantoni, sócio da PwC, responsável por fusões e aquisições no Brasil, "esse movimento de aquisições está associado ao consumo da nova classe média". "O Brasil tem um mercado demandante, com carência estrutural de serviços, principalmente aqueles oferecidos pelo governo, como educação e saúde", afirma.

Ele aponta alguns dos principais segmentos de interesse dos estrangeiros: indústrias de alimentos, de bebidas, cosméticos, higiene e limpeza e serviços de saúde e educação. O setor de infraestrutura também é visto pelos especialistas como alvo preferencial do capital internacional.


Mas incertezas e constantes mudanças regulatórias estão travando algumas operações. "Há uma preocupação dos investidores com a incerteza sobre a mudança de regras e o grau de intervenção do governo nas concessões", diz Etlin. Já a área de bens de consumo, na qual a interferência do governo é menor, está mais desimpedida.

Tendência

Para Luiz Aubert, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), "a venda de empresas brasileiras para estrangeiros faz parte de uma tendência crescente de desnacionalização da economia brasileira". Ele acha que, nesse processo, há perda em termos de tecnologia para o País.

A aquisição da Ypióca, anunciada em maio pela Diageo, maior destilaria do mundo (dona do uísque Johnny Walker e da vodca Smirnoff) é um exemplo. O negócio foi fechado por R$ 940 milhões e aconteceu após um ano de negociações entre a empresa britânica e a família Telles, dona da cachaçaria.

Já a rede de lojas de móveis Tok Stok foi adquirida pelo grupo americano Carlyle, por um valor estimado (oficialmente não foi divulgado) em R$ 700 milhões. A transação foi anunciada em setembro.

O Carlyle, maior fundo de participação em empresas do mundo, com patrimônio de US$ 156 bilhões, está atuando firme na área de consumo, varejo e serviços no Brasil. Suas participações já incluem, além da Tok&Stok, a operadora de turismo CVC e a rede de loja de brinquedos RiHappy, entre outras. E em junho deste ano, a RiHappy, já controlada pelo Carlyle, anunciou a compra da concorrente PBKids. O valor da operação não foi divulgado.

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