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Companhia indiana proíbe tripulação acima do peso de voar

A Air India anunciou que vai proibir 130 funcionários (em sua maioria, mulheres) de voar por estarem com sobrepeso

Funcionários da companhia aérea Air India (Reprodução/Facebook)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2015 às 20h20.

São Paulo - Durante anos as companhias aéreas têm penalizado com taxas extras os passageiros com bagagens que excedem o peso máximo exigido. Agora, a Air India está usando a mesma lógica entre seus comissários de bordo.

De acordo com o The Washington Post, a companhia indiana anunciou que vai proibir cerca de 130 funcionários de voar porque eles estão com sobrepeso . A maioria da tripulação cortada é de mulheres.

Em justificativa, a empresa afirma que a decisão foi baseada nas "preocupações de segurança e regulamentações governamentais recentes" - mas a nova regra tem enfurecido muita gente, que considerou a medida "ridícula" e "incrivelmente sexista".

Proibir comissários com sobrepeso entrarem no avião foi só mais um passo da companhia, que há anos impõe limite ao peso da tripulação.

Em 2006, a Air India proibiu nove comissárias de voarem por considerá-las "extremamente acima do peso", segundo informou a BBC.

Na época, um porta-voz da empresa disse:

"Estar muito acima do peso pode influenciar nos reflexos e prejudicar a agilidade necessária para desempenhas as funções de emergência. Todos os esforços para levá-las a reduzir o peso foram falhos."

"Este não é um trabalho de modelo; não estamos numa passarela", rebateu a comissária de bordo, Sheila Joshi, ao The Washington Post. "É ridículo: o peso não é uma doença infecciosa."

Apesar das diversas ações judiciais de comissários de bordo sobre o assunto, a Agência de Aviação Civil da Índia emitiu diretrizes em 2013 que exigem que comissários de bordo se submetam a exames médicos de rotina, incluindo uma avaliação do seu índice de massa corporal, o IMC.

De acordo com estas diretrizes, os comissários com altos IMCs têm seis meses para emagrecer. Em 2014, a Air India tirou o IMC de seus 3.500 funcionários e determinou que 600 deles estavam com sobrepeso ou eram obesos.

Estes tiveram de fazer regime e exercícios físicos para voltarem ao consultório e terem o IMC reavaliado.

Segundo normas internacionais, o IMC deve estar entre 18-25 para tripulantes homens e entre 18-22 para mulheres.

"Cerca de 130 deles reprovaram na reavaliação", disse um funcionário da Air India ao The Telegraph. "Agora declaramos que eles estão definitivamente impróprios para fazerem parte da tripulação."

Críticas

A política "anti-gordinhos" da Air India tem gerado muitas críticas. Ao Daily Mail, especialistas em aviação chamam a política de "superficial" e dizem que é uma medida dissimulada de filtrar pessoas que consideram menos atraentes.

"Este movimento para impor um certo IMC, que ignora a experiência e outros parâmetros de desempenho, é imaturo, misógino e incrivelmente sexista", disse o consultor do setor aéreo, Mark Martin.

Segundo os críticos, esta política nada mais é uma estratégia para concorrer com outras empresas do setor, que têm funcionários mais jovens e "magros".

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São Paulo - Durante anos as companhias aéreas têm penalizado com taxas extras os passageiros com bagagens que excedem o peso máximo exigido. Agora, a Air India está usando a mesma lógica entre seus comissários de bordo.

De acordo com o The Washington Post, a companhia indiana anunciou que vai proibir cerca de 130 funcionários de voar porque eles estão com sobrepeso . A maioria da tripulação cortada é de mulheres.

Em justificativa, a empresa afirma que a decisão foi baseada nas "preocupações de segurança e regulamentações governamentais recentes" - mas a nova regra tem enfurecido muita gente, que considerou a medida "ridícula" e "incrivelmente sexista".

Proibir comissários com sobrepeso entrarem no avião foi só mais um passo da companhia, que há anos impõe limite ao peso da tripulação.

Em 2006, a Air India proibiu nove comissárias de voarem por considerá-las "extremamente acima do peso", segundo informou a BBC.

Na época, um porta-voz da empresa disse:

"Estar muito acima do peso pode influenciar nos reflexos e prejudicar a agilidade necessária para desempenhas as funções de emergência. Todos os esforços para levá-las a reduzir o peso foram falhos."

"Este não é um trabalho de modelo; não estamos numa passarela", rebateu a comissária de bordo, Sheila Joshi, ao The Washington Post. "É ridículo: o peso não é uma doença infecciosa."

Apesar das diversas ações judiciais de comissários de bordo sobre o assunto, a Agência de Aviação Civil da Índia emitiu diretrizes em 2013 que exigem que comissários de bordo se submetam a exames médicos de rotina, incluindo uma avaliação do seu índice de massa corporal, o IMC.

De acordo com estas diretrizes, os comissários com altos IMCs têm seis meses para emagrecer. Em 2014, a Air India tirou o IMC de seus 3.500 funcionários e determinou que 600 deles estavam com sobrepeso ou eram obesos.

Estes tiveram de fazer regime e exercícios físicos para voltarem ao consultório e terem o IMC reavaliado.

Segundo normas internacionais, o IMC deve estar entre 18-25 para tripulantes homens e entre 18-22 para mulheres.

"Cerca de 130 deles reprovaram na reavaliação", disse um funcionário da Air India ao The Telegraph. "Agora declaramos que eles estão definitivamente impróprios para fazerem parte da tripulação."

Críticas

A política "anti-gordinhos" da Air India tem gerado muitas críticas. Ao Daily Mail, especialistas em aviação chamam a política de "superficial" e dizem que é uma medida dissimulada de filtrar pessoas que consideram menos atraentes.

"Este movimento para impor um certo IMC, que ignora a experiência e outros parâmetros de desempenho, é imaturo, misógino e incrivelmente sexista", disse o consultor do setor aéreo, Mark Martin.

Segundo os críticos, esta política nada mais é uma estratégia para concorrer com outras empresas do setor, que têm funcionários mais jovens e "magros".

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