Como o Hopi Hari embarcou numa montanha-russa de problemas
Criado por fundos de pensão para ser a Disneylândia brasileira, parque não consegue decolar há anos
Tatiana Vaz
Publicado em 24 de fevereiro de 2012 às 18h51.
São Paulo – Nem a turma do Pernalonga, nem a nova montanha-russa que deve ser inaugurada em maio, parecem capazes de arrancar um sorriso dos donos do Hopi Hari. O parque de diversões há tempos acumula mais problemas do que atrações.
Inaugurado há pouco mais de dez anos, o ambicioso projeto de um grupo de fundos de pensão nunca decolou. Endividado, o Hopi Hari foi vendido para a consultoria Íntegra em junho de 2009. E, como todo dono novo, seu objetivo era tirá-lo do limbo e finalmente ver algum lucro.
A morte de Gabriela Yokuri Michelari, nesta sexta-feira, é o mais recente capítulo de uma trajetória mais cheia de sobressaltos do que uma montanha-russa. Veja, a seguir, alguns deles:
Histórico arrepiante
Inaugurado em 1999, a construção do parque na cidade de Vinheiro, interior paulista, consumiu 200 milhões de dólares, num investimento conjunto da GP, maior gestora de fundos do país, e de quatro fundos de pensão - Previ, Funcef, Petros e Sistel.
O intuito era reproduzir no negócio a fórmula de sucesso do Magic Kingdom, do complexo americano da Walt Disney Company, na Flórida – e angariar parte dos 300.000 brasileiros que viajavam todos os anos para o parque da Disney. Ou seja, atrair visitantes de alta renda para um parque temático e sofisticado. Porém, o parque nunca conseguiu o feito.
O faturamento projetado de 200 milhões de reais por ano jamais se concretizou. No seu melhor desempenho, em 2008, o parque recebeu 1,8 milhão de turistas e faturou 70 milhões de reais. A dívida, que chegava a 500 milhões de reais, não permitia que os controladores fizessem mais investimentos, nem se desfizessem do negócio, previsto para dar lucro em 18 meses.
O parque das lamentações
A solução foi passar os negócios para a consultoria Íntegra. A empresa o comprou por 1 centavo de real para cada lote de 100.000 ações e assumiu o equivalente a 180 milhões de reais em dívidas, estima o mercado. De imediato, a nova dona teve de fazer um investimento de 10 milhões de reais no caixa da empresa, com o intuito de aumentar o número de visitantes. Mas os investimentos não pararam por ai.
A parceria recente do Hopi Hari com a Warner envolveu estimados 100 milhões de reais por parte do parque temático. Pelo acordo, a área chamada Infantasia do parque, dedicada às crianças, foi tematizada, a partir de janeiro, com os personagens Looney Tunes, incluindo Pernalonga, Patolino, Taz, Piu-piu e Frajola, inseridos em oito atrações. Foi a estreia da Warner em espaços desse tipo no Brasil.
Para maio, está prevista a inauguração de uma montanha-russa, avaliada em 12 milhões de reais. O intuito é diminuir o intervalo de retorno dos visitantes, atualmente de cerca de dez meses.
São Paulo – Nem a turma do Pernalonga, nem a nova montanha-russa que deve ser inaugurada em maio, parecem capazes de arrancar um sorriso dos donos do Hopi Hari. O parque de diversões há tempos acumula mais problemas do que atrações.
Inaugurado há pouco mais de dez anos, o ambicioso projeto de um grupo de fundos de pensão nunca decolou. Endividado, o Hopi Hari foi vendido para a consultoria Íntegra em junho de 2009. E, como todo dono novo, seu objetivo era tirá-lo do limbo e finalmente ver algum lucro.
A morte de Gabriela Yokuri Michelari, nesta sexta-feira, é o mais recente capítulo de uma trajetória mais cheia de sobressaltos do que uma montanha-russa. Veja, a seguir, alguns deles:
Histórico arrepiante
Inaugurado em 1999, a construção do parque na cidade de Vinheiro, interior paulista, consumiu 200 milhões de dólares, num investimento conjunto da GP, maior gestora de fundos do país, e de quatro fundos de pensão - Previ, Funcef, Petros e Sistel.
O intuito era reproduzir no negócio a fórmula de sucesso do Magic Kingdom, do complexo americano da Walt Disney Company, na Flórida – e angariar parte dos 300.000 brasileiros que viajavam todos os anos para o parque da Disney. Ou seja, atrair visitantes de alta renda para um parque temático e sofisticado. Porém, o parque nunca conseguiu o feito.
O faturamento projetado de 200 milhões de reais por ano jamais se concretizou. No seu melhor desempenho, em 2008, o parque recebeu 1,8 milhão de turistas e faturou 70 milhões de reais. A dívida, que chegava a 500 milhões de reais, não permitia que os controladores fizessem mais investimentos, nem se desfizessem do negócio, previsto para dar lucro em 18 meses.
O parque das lamentações
A solução foi passar os negócios para a consultoria Íntegra. A empresa o comprou por 1 centavo de real para cada lote de 100.000 ações e assumiu o equivalente a 180 milhões de reais em dívidas, estima o mercado. De imediato, a nova dona teve de fazer um investimento de 10 milhões de reais no caixa da empresa, com o intuito de aumentar o número de visitantes. Mas os investimentos não pararam por ai.
A parceria recente do Hopi Hari com a Warner envolveu estimados 100 milhões de reais por parte do parque temático. Pelo acordo, a área chamada Infantasia do parque, dedicada às crianças, foi tematizada, a partir de janeiro, com os personagens Looney Tunes, incluindo Pernalonga, Patolino, Taz, Piu-piu e Frajola, inseridos em oito atrações. Foi a estreia da Warner em espaços desse tipo no Brasil.
Para maio, está prevista a inauguração de uma montanha-russa, avaliada em 12 milhões de reais. O intuito é diminuir o intervalo de retorno dos visitantes, atualmente de cerca de dez meses.