Como Kérastase e L’Oréal Professionel foram além dos salões para crescer
Com marcas como L'Oréal Professionel, Kérastase e Redken, a companhia se baseava apenas na recomendação de profissionais para vender
Karin Salomão
Publicado em 10 de abril de 2019 às 06h00.
Última atualização em 10 de abril de 2019 às 10h38.
Os salões de beleza são o canal mais importante para a divisão de produtos profissionais da L’Oréal . Com marcas como L'Oréal Professionel, Kérastase e Redken, a companhia se baseia na recomendação dos profissionais para vender os produtos ao consumidor.
No entanto, os hábitos de consumo estão em transformação e outros canais de venda, como comércio eletrônico, quiosques e perfumarias, têm ganhado peso nas vendas. Assim, a maior fabricante de cosméticos precisou se adaptar para continuar relevante. Criou quiosques e incorporou tecnologia para alcançar mais clientes.
A divisão profissional é uma das que mais cresce na companhia e corresponde a 12,1% do faturamento total. Já a divisão de produtos de consumo, mais acessíveis e com marcas como Garnier, Maybelline e Essie, representa 44,7% do faturamento total.
A companhia apresentou vendas de 26,9 bilhões de euros em 2018, crescimento de 7,1% no comparativo de mesmas lojas. A L'Oreal é a maior empresa de produtos de beleza do mundo, com 36 marcas e 86 mil funcionários.
No Brasil, a divisão profissional cresceu 8% no ano passado, enquanto o mercado cresceu cerca de 2%. “Depois de alguns anos de estagnação, voltamos a ver resultados animadores”, afirma Tiago Carvalho, presidente da divisão de produtos profissionais. A participação da divisão no Brasil é maior que a média global. A brasileira vai a cada 20 dias, em média, a um salão de beleza, enquanto na Europa a média é de apenas oito vezes por ano.
Para chamar a atenção dos consumidores, a L'Oreal precisou ficar mais visível. Criou um modelo de quiosque em shopping center, inicialmente exclusivo para o Brasil. Além de vender produtos, os quiosques oferecem vouchers para os serviços em salões, aumentando o fluxo nos estabelecimentos parceiros em 9%. Já são 49 quiosques no país e o plano é chegar a 60 pontos até 2020. O projeto já foi levado a oito países, Peru, Itália, Argentina, Egito, México, Chile e Malásia.
Outra estratégia para ampliar as vendas é incorporar mais tecnologia nos salões. A companhia passou a oferecer diagnósticos capilares, com ajuda de uma máquina semelhante a uma câmera, para identificar o tipo de cabelo da cliente e quais são os produtos mais adequados.
O diagnóstico é gratuito, mas gera uma conversão de vendas gigantesca: praticamente toda cliente acaba levando um produto, diz Carvalho. Em 2018, foram realizados 58 mil diagnósticos e, para este ano, o plano é chegar a 100 mil diagnósticos e e 210 câmeras.
Outro foco de crescimento é o aplicativo Style My Hair, com 3,7 milhões de downloads no mundo e cerca de 20 mil no Brasil. O app permite testar novas cores, cortes e estilos de cabelo e encontra o salão de beleza mais próximo. Para desenvolver o aplicativo, a empresa comprou globalmente a Modiface, especialista em realidade aumentada.
Conquistar o novo consumidor, mais conectado e exigente, não é fácil. A L’Oréal profissional acredita que, com os novos canais de venda e tecnologias, está pronta para esse desafio.