Doações milionárias e ESG: como esta franquia atraiu geração Z e chegou a receita de R$ 70 milhões
A Megamatte, rede de bebidas e comidas saudáveis, prioriza práticas sociais e itens orgânicos na produção; foco são jovens atentos à saúde e impacto social
Maria Clara Dias
Publicado em 16 de outubro de 2022 às 09h00.
Última atualização em 16 de outubro de 2022 às 20h06.
Uma das primeiras redes de franquias do Brasil a se tornar signatária do Pacto Global da ONU, uma iniciativa que reúne companhias dispostas a adotarem melhores práticas socioambientais, a Megamatte já segue a toada da responsabilidade social há pelo menos seis anos.
Mas foi em 2018 que a rede de comidas de bebidas saudáveis percebeu que o caminho para alcançar novos públicos seria por meio de uma redefinição cultural da porta para dentro.
Desde então, todos os funcionários passaram a ser informados, desde o onboarding, sobre a missão central da empresa: geração de rentabilidade a partir da valorização da agricultura familiar e do meio ambiente.
Por que ser ESG?
O intuito da rede, no final das contas, era alinhar expectativas e encontrar apenas os funcionários com maior afinidade com a razão de ser da empresa. “Ter um time alinhado ao que pregamos na teoria é o que, na ponta, permite adaptações nos processos operacionais em si”, diz Julio Monteiro, CEO da Megamatte.
Como exemplo estão treinamentos recorrentes de funcionários e franqueados, com destaque para encontros educativos durante a pandemia que tiveram a finalidade de comunicar as intenções da empresa de priorizar o equilíbrio, seja na relação dos franqueados com seus clientes, seja pela atenção primária à saúde mental dos funcionários — nos anos mais agravantes da pandemia, a Megamatte não demitiu ninguém, por exemplo.
Essa é uma conduta que, ao que tudo indica, tem um valor especial às gerações mais jovens, atentas ao posicionamento de empresas e marcas a temas sensíveis como a relação com empregados — no Brasil, 61% deles consideram o tema como indispensável no dia a dia de empresas, segundo estudo da agência Edelman com mais de 13.700 respondentes.
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De olho nos mais jovens
De outro lado, a Megamatte também aposta na saudabilidade do cardápio como forma de atender aos mais jovens com interesse crescente pela transparência nos rótulos e impacto social por trás dos produtos. Uma das maneiras para isso é, por exemplo, a priorização de itens que vêm da agricultura familiar. “Hoje, só vendemos produtos livres de agrotóxicos e com certificações que comprovam as boas condutas”, diz Monteiro.
O compromisso com a geração de impacto também se traduz em números: desde 2015, a Megamatte já investiu mais de 3,2 milhões de reais em projetos sociais. “O mais importante para essa geração e para o mercado é não ser uma empresa greenwashing. É isso que priorizamos”, diz.
As ações também se refletiram nas contas da empresa. Em 2021, a rede faturou R$ 70 milhões e em 2022, as receitas devem chegar a R$ 96 milhões. O crescimento contínuo nos últimos anos fez da rede uma das selecionadas no Ranking EXAME Negócios em Expansão.
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