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Como fica a Vivo sem se fundir à Telefônica

Fracasso das negociações faz com que a maior operadora de telefonia móvel do país fique na contramão dos concorrentes

Loja da Vivo: fracasso da venda afasta chance de contar com telefonia fixa (.)

Tatiana Vaz

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

São Paulo - Nos últimos tempos, o setor de telecomunicações aponta para a convergência de serviços. É crescente a avaliação de que, para ser competitivas, as empresas precisam oferecer todo tipo de serviço aos usuários - telefonia fixa, móvel, banda larga e, no limite, TV por assinatura.

Se a venda da Vivo fosse aprovada pela Portugal Telecom nesta sexta-feira (16/7), seria este o caminho que a Telefônica tomaria. O plano espanhol era razoavelmente claro: fundir a Telesp, sua operadora de telefonia fixa, à Vivo. Além disso, como conta com o Speedy e a TVA, a Telefônica poderia oferecer, no futuro, pacotes completos de voz, dados e TV paga.

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O bilionário mexicano Carlos Slim também dá mostras de que pretende seguir por aí, ao reestruturar seus ativos de telecomunicações. O redesenho culminará com a união da Embratel com a Claro no Brasil. E nunca é demais lembrar que a Oi, hoje a maior operadora do país em faturamento, oferece serviços de voz e dados.

Caminho próprio

Por isso, a maior dúvida causada pelo fracasso das negociações entre a Portugal Telecom e a Telefônica é se a Vivo será capaz de sobreviver sozinha, em um mercado onde a convergência é crescente. Para a analista Rosângela Ribeiro, da corretora SLW, a resposta é sim. "A Vivo conseguiria se manter independente no mercado, por meio de parcerias para oferta de serviços integrados", diz.

O desfecho da negociação é visto como mais prejudicial à Telefônica. "Por atuar sobretudo em telefonia fixa no Brasil, a empresa depende de um setor estagnado e precisa ampliar rápido seu portfólio de serviços aos clientes", afirma Rosângela. E nunca é demais lembrar, também, que Portugal Telecom e Telefônica permanecem sócias na Brasilcel - a holding que controla a Vivo. Uma sociedade que tem tudo para ficar cada vez mais tumultuada.

Pressentindo o mal-estar que seria causado por essa convivência forçada, a Telefônica já informou, publicamente, que pode dissolver a Brasilcel, holding que controla a Vivo e da qual detém 50% - estando o restante em poder da Portugal Telecom.

Questionado sobre o futuro da companhia dias antes da recusa da oferta pela Portugal Telecom, Antônio Carlos Valente, presidente da Telefônica no Brasil, disse ao site EXAME que a empresa tem um longo e próspero futuro pela frente – com ou sem o controle da Vivo. "É bom lembrar que lideramos em disparada os dois maiores mercados do país, o paulista e o carioca", afirmou Valente.

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