Negócios

Como estas empresas se prepararam para a Black Friday

Da negociação com investidores ao atendimento, empresas como Mercado Livre, Netshoes e Ricardo Eletro explicam como se organizaram para a data

Black Friday: brasileiros usam a data para as compras natalinas (Reprodução/Divulgação)

Black Friday: brasileiros usam a data para as compras natalinas (Reprodução/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 23 de novembro de 2017 às 13h00.

Última atualização em 23 de novembro de 2017 às 13h00.

São Paulo – A Black Friday se tornou uma das datas mais importantes para o varejo. Atraídos por grandes descontos, consumidores se organizam para adiantar compras de Natal ou para comprar aquele eletrônico desejado.

Para as varejistas, a data também demanda organização, que começa meses antes. Ao longo do ano, conversam com fornecedores e parceiros, negociam descontos, treinam a equipe de atendimento e investem em logística.

O Mercado Livre, por exemplo, faz palestras para seus parceiros para apresentar as principais expectativas para a data, estimativas de vendas e produtos mais procurados.

A Netshoes chama pessoas de outras áreas para ajudar a embalar produtos e prestar atendimento ao cliente. A estratégia também é usada pelo Magazine Luiza, para não deixar nenhum consumidor sem resposta na data.

Veja abaixo como algumas empresas se preparam para a operação da Black Friday.

Dados na mão

Além de conseguir o melhor preço, negociar com fornecedores e parceiros é importante para alinhar as expectativas e não deixar os estoques vazios – e o consumidor na mão.

Por isso, o Mercado Livre realiza eventos para seus parceiros, nos quais passa informações sobre categorias e produtos mais buscados. A empresa funciona apenas como marketplace, ou seja, uma plataforma para a venda de produtos de terceiros.

"Falamos sobre o que eles podem oferecer, como deve ser o estoque e sobre a necessidade de oferecer descontos agressivos", afirmou Cristina Farjallat, diretora de marketplace. Segundo ela, o Mercado Libre consegue fornecer esses relatórios por conta da grande quantidade de dados que reúne de suas vendas.

Um vendedor chega a vender em um dia o que venderia em meio mês. Por isso, o foco é nos grandes vendedores e nas lojas oficiais, que têm mais estrutura para encarar a Black Friday.

As grandes lojas serão um dos motores de crescimento do marketplace durante a data promocional. O Mercado Livre quer vender duas vezes mais do que vendeu no ano passado, principalmente por conta do aumento de 52% no número de lojas oficiais, que fazem as vendas de grandes marcas.

Meses de negociação

A negociação também começa cedo para a Ricardo Eletro. A varejista conversa com seus principais parceiros sobre a expectativa para a data e sobre quais descontos podem ser dados em cima dos produtos.

"Aprendemos com as edições passadas a começar as negociações com bastante antecedência, para conseguirmos oferecer preços vantajosos", afirmou Ricardo Nunes, fundador e presidente da Ricardo Eletro.

As promoções serão válidas para o site e para as mais de 700 lojas físicas da varejista, que quer crescer 20% em relação ao ano passado.

Logística de ponta

Além dos preços vantajosos, a data e forma de entrega são um dos pontos mais importantes para os consumidores nessa data. Por isso, a Netshoes realizou um grande investimento para essa data.

A varejista contratou 750 funcionários temporários para os seus centros de distribuição e automatizou o processo de separação dos pedidos, com gastos em tecnologia. "Com isso, iremos conseguir manter o mesmo período de entrega de dias normais", afirmou Gabriela Platinetty, diretora de marketing da Netshoes.

Além dos trabalhadores temporários, funcionários da Netshoes também irão participar da operação de Black Friday. O programa Netshoes sem Limites abriu inscrições para que colaboradores de outras áreas ajudem a embalar pedidos ou a atender clientes durante o fim de semana.

netshoes

Centro de distribuição da Netshoes (Germano Lüders/EXAME) (Germano Lüders/Exame)

Entrega no prazo ou seu dinheiro de volta

A Via Varejo levou a confiabilidade na entrega às últimas consequências.

Para compras feitas no site ou nas lojas físicas da Casas Bahia durante a Black Friday, a empresa promete entregar todos os produtos com o selo da promoção em até 4 dias – o prazo pode variar de acordo com a região. Se a entrega atrasar, o consumidor não paga pela compra.

Já para a Ponto Frio, a meta é entregar os produtos em até 48 horas, para os consumidores que optarem pela entrega expressa.

O prazo é possível graças à integração da Via Varejo com a Cnova, que ocorreu há um ano. “Integramos o sistema, os estoques, os parceiros e fornecedores e tivemos um aumento de produtividade”, disse Henrique Vendramini, diretor comercial da Via Varejo.

Transporte

Se por um lado a infraestrutura das varejistas é importante para entregar os produtos no prazo, por outro o trabalho da transportadora também merece destaque. É o caso dos Correios, que são responsáveis por mais de 70% das entregas do e-commerce, principal canal de vendas da Black Friday.

A maior transportadora do país faz um planejamento para o período de novembro a janeiro, meses mais movimentados do seu calendário. Mais de 1.700 trabalhadores temporários são contratados para dar conta do trabalho no fim do ano e a malha de transportes também será expandida para a data.

A empresa irá investir 108 milhões de dólares em seu parque de tratamento, de 2017 a 2020. Os centros recebem os pacotes, separaram em entrega Sedex ou normal e direcionam para o meio de transporte adequado. A operação automatizada terá capacidade para processar 220 mil objetos por hora.

Frota dos Correios

- (Raquel Dias/Correios/Divulgação)

Todos para o atendimento

Depois da compra, dúvidas e reclamações podem surgir. Por isso, dar um bom atendimento é uma das preocupações do Magazine Luiza. A meta é não deixar nenhuma mensagem sem resposta, seja pelo site ou pelas redes sociais.

Para que isso seja possível, a equipe de atendimento ganha um reforço. Cerca de 150 pessoas de outras áreas administrativas se unem ao time para passam a atender às demandas de consumidores no Facebook, Twitter e outros canais.

Para motivar quem participa da operação, a empresa prepara diversas surpresas. No ano passado, os funcionários receberam picolé e energético e cabeleireiro, massagistas e manicures também foram chamados.

Equipe de atendimento ao cliente do Magazine Luiza durante a Black Friday em 2016

- (Magazine Luiza/Divulgação)

Ambiente leve

Deixar o clima da equipe de atendimento mais agradável também é uma estratégia da Mobly, que vende móveis online.

A empresa promove uma festa à fantasia, que tem até premiação para as ideias mais criativas. Para quem fica de plantão da noite de quinta-feira à manhã de sexta-feira, há um campeonato de pocker e ping-pong. Café da manhã e almoço também são fornecidos pela empresa.

O site terá ofertas em mais de 30 mil produtos, entre lançamentos, linhas exclusivas e itens mais pedidos, com descontos de 30% a 80%.

 

Acompanhe tudo sobre:Black FridayMagazine LuizaMercado LivreNetshoes

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia