Redação Exame
Publicado em 1 de dezembro de 2025 às 15h41.
Em 2013, Michael Stausholm encontrou uma ideia curiosa no Kickstarter: um lápis que podia ser plantado. Criado por três estudantes do MIT, o produto carregava sementes encapsuladas e, após o uso, podia dar origem a ervas ou vegetais.
O que parecia, à primeira vista, uma ação simbólica de sustentabilidade, rapidamente se mostrou uma oportunidade de negócio global.
Hoje, a empresa SproutWorld, fundada por Stausholm, vendeu mais de 85 milhões de unidades e obteve um lucro anual de US$ 1,7 milhão em 2024, operando em dezenas de mercados com uma estratégia empresarial centrada na proteção de marca e rentabilidade escalável.
Stausholm, que já atuava como consultor de sustentabilidade para empresas como Nike e Walmart, entendeu rapidamente o potencial da ideia. Licenciou os direitos iniciais do produto para a Dinamarca e, em apenas um mês, garantiu os direitos para toda a Europa. Pouco tempo depois, adquiriu os direitos globais de comercialização diretamente dos estudantes.
O movimento foi decisivo para transformar o projeto acadêmico em uma operação estruturada, capaz de atrair clientes como Ikea e Michelle Obama. As informações foram retiradas do Business Insider.
A construção da SproutWorld não se deu apenas sobre um bom produto, mas sobre decisões corporativas precisas. O primeiro passo foi o licenciamento inteligente da propriedade intelectual. Em vez de apenas revender os lápis, Stausholm garantiu exclusividade territorial, consolidando sua posição como operador global.
Em seguida, estruturou a empresa com uma lógica B2B dominante: cerca de 80% das vendas são para empresas, com apenas 20% destinadas ao consumidor final.
A proposta de valor, um lápis sustentável e personalizável, atraiu grandes corporações em busca de ações de branding ambiental. Ainda assim, uma das maiores oportunidades quase foi recusada, a Ikea queria 50 mil lápis, mas sem a marca da SproutWorld impressa. Stausholm recusou o acordo.
Seu raciocínio era claro, ao abrir mão da marca, abriria espaço para concorrentes de baixo custo na Ásia e Índia reproduzirem o modelo. Sem proteção de marca, não haveria escalabilidade sustentável.
A decisão, embora arriscada, mostrou-se acertada: meses depois, a Ikea voltou atrás e aceitou incluir o nome da SproutWorld nos produtos. Esse tipo de posicionamento, onde o valor da marca e a estratégia de longo prazo se sobrepõem ao ganho imediato — é um dos princípios essenciais das finanças corporativas modernas, especialmente em mercados sustentáveis e baseados em propriedade intelectual.
Em seus primeiros meses de operação, a SproutWorld vendeu 50 mil lápis, número expressivo, mas que expôs os desafios logísticos de quem ainda operava com estoque em casa e apoio de vizinhos. Em poucos anos, a empresa se consolidou como referência no setor, diversificando o portfólio com produtos como lápis de maquiagem plantáveis.
Mesmo com escala global, o foco nunca foi crescer a qualquer custo. A empresa mantém controle sobre sua cadeia de valor e mira uma operação financeiramente saudável. O lucro de US$ 1,7 milhão obtido no último ano fiscal demonstra que é possível conciliar crescimento com rentabilidade, sem comprometer os princípios de sustentabilidade nem abrir mão da margem bruta.
Essa abordagem contrasta com muitas startups que priorizam expansão acelerada com prejuízo operacional, apostando na valorização futura. A SproutWorld opera em sentido oposto: cresce com base em geração de caixa, o que lhe permite manter independência e rejeitar parcerias que comprometam sua identidade ou estratégia de longo prazo.
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