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Como desmascarar um CEO mentiroso

Estudo mostra como identificar a linguagem de um executivo embromador

Frases emocionadas e positivas demais podem ser indícios de mentira (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2010 às 10h59.

São Paulo – A escolha das palavras e o tipo de discurso de um CEO ou alto-executivo pode denunciar mentiras e informações duvidosas. De acordo com um estudo feito na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e publicado pelo Rock Center for Corporate Governance, é preciso prestar bastante atenção na fala e nos relatórios periódicos para identificar possíveis mentirosos, que costumam fazer muitas promessas, especificar pouco e não hesitar em suas respostas.

Para chegar a esse resultado, eles analisaram as transcrições de quase 30.000 teleconferências corporativas ocorridas entre 2003 e 2007. Seu foco era na espontaneidade da discussão no período de perguntas e respostas com presidentes-executivos e diretores financeiros. Com um banco de dados, os pesquisadores compararam as transcrições com os relatórios trimestrais das empresas. Eles perceberam que, nos casos graves, como em reformulação substancial do lucro líquido, a revelação de fraqueza material, a mudança de um auditor, etc, os CEOs e CFOs usavam liguagem ambígua na teleconferência de resultados trimestrais para disfarçar o problema, com os controles internos sobre relatórios financeiros.

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Indícios da mentira

Baseando-se na psicologia, que afirma que as pessoas falam de forma diferente quando estão mentindo, os pesquisadores viram que os executivos costumam usar expressões mais inclusivas quando estão tentando ludibriar os ouvintes. “Como você sabe” e “todo mundo concorda” são exemplos de falas típicas citadas pelos estudiosos. As auto-referências também desaparecem nesses casos, dando lugar ao uso de terceira pessoa e pronomes impessoais.

Frases emocionadas e positivas além da conta, como dizer “fantástico” em vez de “bom”, são indícios de um esforço para soar mais convincente do que o real. Os mentirosos também fazem menos referências aos acionistas e ao valor da empresa, o que, para os pesquisadores, pode mostrar um receio de serem processados, caso a mentira seja descoberta. Além disso, os autores concluíram que os chefes enganadores juram com mais frequência do que os que falam a verdade.

Por causa dessas evidências, os pesquisadores alertam que é importante ler os relatórios financeiros, mas não se pode esquecer de prestar atenção ao discurso e à fala dos executivos, para não cair em armadilhas.

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