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Como a Mercedes quer deixar de ser uma mera importadora

Montadora alemã se prepara para começar a produzir carros de passeio no país a partir do próximo ano e, para 2014, espera vendas superiores a 11.000 unidades

EXAME.com (EXAME.com)

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Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 4 de agosto de 2014 às 16h08.

São Paulo – As vendas de automóveis no Brasil caíram mais de 10% no primeiro semestre do ano, segundo dados da Fenabrave. As da Mercedes-Benz cresceram praticamente 15% e devem ser ainda maiores no segundo semestre do ano estima a montadora.

Para Dimitris Psillakis, diretor-geral de automóveis da Mercedes no país, vários fatores contribuíram para o bom desempenho no período, mas o melhor mesmo ainda está por vir.

A montadora está se preparando para começar sua produção local de carros de passeio no país. Para 2014 planeja vendas superiores a 11.000 unidades.

“Este ano, estamos esquentando os motores para a partir de 2015 acelerar nossos negócios por aqui", disse o executivo em entrevista com a imprensa. Veja, a seguir, os principais trechos do bate-papo com Psillakis:

EXAME.com: O que o Brasil representa para os negócios globais da Mercedes?

Dimitris  Psillakis: O Brasil está longe de estar entre nossos principais mercados. Na China, por exemplo, vendemos 300.000 carros por ano. Mas decidimos investir em uma fábrica aqui e assim vamos deixar de ser apenas mais uma importadora de carros de luxo.

EXAME.com: Qual a expectativa de vendas para o ano?

Psillakis: Crescemos 15% no primeiro semestre, em um mercado que caiu 10%. Queremos vender mais de 11.000 unidades. O ano passado, fechamos o ano com vendas de cerca de 8.500 carros.

EXAME.com: O que impulsionou as vendas da Mercedes no primeiro semestre?

Psillakis: Uma série de fatores ajudou a Mercedes no período. A expansão da nossa rede de concessionárias, que cresceu quase 50%, foi uma das ações que contribuiu para o bom desempenho.

EXAME.com: Por que o segundo semestre deve ser melhor?

Psillakis: Porque neste mês será lançado no país a nova geração do Classe C e no mês seguinte, a GLA, nossa SUV compacta, chega ao mercado brasileiro. Essas duas novidades devem ajudar nas vendas.

EXAME.com: Como estão as obras da fábrica da Mercedes no país?

Psillakis: As obras estão dentro do cronograma. A previsão é que comece a operar no final de 2015, com a produção do Classe C e seis meses depois, vamos começar a fazer por aqui o GLA  também.

EXAME.com: Por que a Mercedes escolheu esses dois modelos para produzir no Brasil?

Psillakis: São modelos menos complexos de se produzir por aqui, além disso, podem ser vendidos em maior volume e melhor preço. São produtos mais “pé no chão” e excelentes para o mercado brasileiro.

EXAME.com: A fábrica nasce com capacidade para produzir 20.000 unidades. Esse número pode crescer?

Psillakis: A produção na fábrica de Iracemápolis é para atender a demanda do Brasil e tudo vai depender de como estará o mercado de carros de luxos, mas temos estrutura de dobrar e até triplicar essa capacidade no longo prazo.

EXAME.com: Como estará o mercado de carros de luxo no país nos próximos anos?

Psillakis: Neste ano, as estimativas apontam que esse segmento deve crescer mais de 30% na comparação com 2013 e atingir vendas de 40.000 unidades. Até 2020, esse número deve chegar a 100.000 carros.

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