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Como a Cielo quer se blindar da concorrência, como a PagSeguro

Para competir com as pequenas companhias, que tentam ganhar espaço de maneira agressiva, a Cielo desenvolve soluções para clientes de diferentes tamanhos

Cielo (Paulo Fridman/Bloomberg)

Cielo (Paulo Fridman/Bloomberg)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 2 de fevereiro de 2018 às 17h23.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2018 às 17h24.

São Paulo - A Cielo tem motivo para comemoração. A empresa de meios de pagamento apresentou, em 2017, o maior lucro líquido de sua história, de 4,1 bilhões de reais, alta de 1,2% em relação ao ano anterior. No último trimestre do ano, o lucro foi de 1,04 bilhão de reais, alta de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No entanto, cada vez mais novos concorrentes ameaçam a hegemonia da Cielo e Rede, que dominavam o mercado até então. Hoje, empresas como Getnet (do Santander), Stone, Sumup, Payleven e Vero (do Banrisul), tentam abocanhar parte do mercado de maquininhas.

O Mercado Livre tem a Mercado Pago Point e até a 99 lançou sua versão, para ser usada pelos motoristas do aplicativo.

Outra concorrente de peso é a PagSeguro, que vende sua máquina Moderninha, ao invés de cobrar aluguel. A empresa brasileira realizou, em janeiro, a sua oferta pública inicial de ações (IPO na sigla em inglês), e cresceu 36% apenas no dia de estreia, levantando 2,7 bilhões de dólares e alcançando valor de mercado de cerca de 9 bilhões de dólares, equivalente a quase 40% da Cielo.

Enfrentar a entrada de novos concorrentes no mercado tem sido duro para a Cielo. Ela perdeu 13,5% de sua base de máquinas de pagamento e fechou o ano com 1,68 milhão de unidades.

"O cenário competitivo está mais racional, com entrantes agressivos em alguns segmentos e estados", afirmou Eduardo Gouveia, presidente da Cielo. Em algumas regiões e mercados, algumas das novatas estão ganhando mercado, diz. "A PagSeguro se torna outra empresa aberta no mercado, mais transparente. Vemos com bons olhos esse movimento", afirmou o presidente.

Para competir com as pequenas companhias, que tentam ganhar espaço de maneira agressiva, a Cielo desenvolve soluções para clientes de diferentes tamanhos, diz o presidente. Para as grandes contas em comércio eletrônico, por exemplo, atua no processo antifraude e de gateway. Há também uma diretoria específica para atender franquias.

Para lojistas, criou um atendimento especializado, com mil consultores nas ruas. Uma vantagem do tamanho da Cielo, frente à concorrência, é sua presença no país. "Se a maquininha der algum problema, conseguimos trocá-la em poucas horas, em mais de 300 cidades", afirmou Gouveia.

Para o médio lojista, a empresa aposta no Lio, que além de processar os pagamentos também apresenta relatórios sobre as vendas e tem sistemas para gerenciar o estoque e a logística. Já para o pequeno lojista, lançou o Cielo Controle, que são planos de aluguel com valores fixos a depender do faturamento.

Os novos formatos, no entanto, ainda têm muito para crescer. Enquanto a base total é de 1,7 milhão de maquininhas, a Lio tem apenas 35 mil unidades e só cerca de 140 mil estabelecimentos comerciais usam o Cielo Controle.

Para não perder a liderança do setor, a Cielo tem muito trabalho pela frente.

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