Christine Roth, da Bayer: quando você alcança esse status, significa que entregou medicamentos importantes e que têm amplo uso clínico em oncologia (Bayer/Divulgação)
Gigante da indústria e farmacêutica, a multinacional alemã Bayer estabeleceu uma nova missão dentro do mercado farmacêutico: pretende entrar para a lista das dez maiores companhias que oferecem medicações para tratamentos contra o câncer até 2030.
Hoje, ocupando posições entre 14ª e 16º, a depender do índice e do critério analisado, a empresa terá que subir, no mínimo, quatro degraus para alcançar o objetivo. O posto, não é apenas simbólico, afirma Christine Roth, diretora global de Oncologia da Bayer desde março deste ano.
“Quando você alcança esse status, significa que entregou medicamentos importantes e que têm amplo uso clínico em oncologia. Isso significa que os melhores cientistas, os melhores hospitais, os melhores biotecnólogos querem trabalhar com você por causa da força e da escala que tem. E, honestamente, significa que podemos fazer mais à medida que temos mais receita. Podemos financiar mais pesquisas”, diz a executiva, antes na farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK).
Historicamente, a área farmacêutica da Bayer ficou mais conhecida pelo desenvolvimento de soluções cardiorrenais, oftalmológicas e para saúde feminina. Nos últimos anos, no entanto, a companhia tem acelerado as soluções oncológicas com a criação de uma unidade de negócios própria para a área.
Um dos exemplos da mudança de patamar da área de oncologia foi o lançamento em meados deste ano de um centro de pesquisa e inovação em Boston, nos Estados Unidos, para reforçar o desenvolvimento de medicamentos. O espaço demandou recursos da ordem de US$ 140 milhões
Em 2021, a área foi a que mais recebeu dinheiro para desenvolvimento e pesquisas. Dos 5,3 bilhões de euros investidos globalmente, a Bayer destinou cerca de 33% para oncologia, o que representa mais de 1,7 bilhão de euros. “E a proporção é crescente dada a importância da oncologia para o futuro do negócio”, diz Roth.
Até por isso, das 40 moléculas em desenvolvimento clínico, percentual semelhante (33%) são relacionadas a produtos para tratamentos de câncer – as demais estão ligadas à saúde feminina, cardiorrenal, terapia celular e gênica.
Para avançar e ganhar espaço no mercado, a Bayer desenhou o desenvolvimento de novos produtos a partir de três pilares:
Além disso, a estratégia da companhia tem como foco a descoberta de drogas para tratamento de câncer de próstata, gástrico, muito comum em países como Japão e China, e ainda mama e pulmão.
Um dos orgulhos da companhia recentemente é o Nubega (Darolutamida). O medicamento para tratamento de câncer de próstata chegou ao mercado em 2019 indicado para pacientes com câncer não-metastático. E, ao longo de 2022, a partir de novos testes, recebeu a aprovação para uso em casos em que a doença já se espalhou por outras partes do corpo.
Nos primeiros nove meses do ano, as vendas do produto cresceram 105% em relação ao mesmo intervalo de 2021.
Em território nacional, a área de oncologia da companhia atua com cinco produtos, o Nexavar no sistema público de saúde, e Nubeqa, Xofigo, Stivarga e Vitrakvi com acesso privado.
A unidade de negócios responde atualmente por 15% do faturamento do setor farmacêutico.
“O que é mais importante mencionar é que temos crescido de forma muito consistente, dois dígitos, nos últimos anos como uma indicação de que estamos focados”, afirma Erlon Mansur, diretor de oncologia da Bayer no Brasil. Na companhia há mais de 15 anos, ele assumiu a nova posição no início deste ano.
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