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Comércio e Indústria põem à prova suas estruturas de representação

Grandes redes varejistas deixam claro que associações atuais não conseguem representar seus interesses. Industriais paulistas têm, pela primeira vez na história, um comando dividido

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Apenas um dia depois do anúncio do inédito resultado das eleições para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), em que a oposição ganhou a primeira e a situação ficou com a segunda, grandes redes varejistas como Pão de Açúcar e Wal-Mart criam uma entidade o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) com a missão explícita de representar quem contrata com carteira assinada e passa nota fiscal (fica implícito que as entidades que já existem não dão conta do recado).

O que uma coisa tem a ver com a outra? As estruturas de representação empresarial passam por uma prova de fogo, justamente no momento em que o governo parte para o início das discussões e votações sobre a reforma sindical, que atinge igualmente empresas e trabalhadores. Além disso, há uma clara disputa de espaço dos varejistas com os industriais por influência política. "Nos anos 80, uma única montadora empregava mais brasileiros do que os vinte maiores varejistas do Brasil. Hoje, um único varejista emprega mais do que todas as montadoras do país", disse Flavio Rocha, presidente do IDV e vice-presidente do Grupo Riachuelo, em seu discurso para uma platéia em que estava presente o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. Sua vice, Luiza Helena Trajano, realçou o pleito pela criação de uma secretaria específica de comércio na estrutura do Ministério do Desenvolvimento.

Os varejistas ainda enfrentam outra briga: a informalidade do setor. Sobre isso, Rocha mencionou a pesquisa da McKinsey (publicada exclusivamente por EXAME). "Usando o exemplo do setor de vestuário, as quatro maiores cadeias mal chegam a 5% de participação no mercado, enquanto a ilegalidade representa 62% nesse mesmo setor."

Classe desunida

A inusitada situação na Fiesp preocupa o ministro Furlan. "Não interessa a ninguém que a classe empresarial industrial de São Paulo fique desunida", afirmou durante o lançamento do IDV. A aposta do ministro é que o calor da campanha, a mais acirrada dos últimos tempos, ceda lugar ao bom senso e a um "caminho de convergência".

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