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Apresentado por SALESFORCE

“Comecei a ensaiar nas entrevistas como seria um homem hétero”

Em um bate-papo sobre igualdade de oportunidades, três profissionais falam sobre as barreiras que encontram no mercado de trabalho – e como deram a volta por cima

Todas as cores: sede da Salesforce, em São Francisco (EUA), exibe tons que representam a comunidade LGBTQIA+ em celebração à Parada do Orgulho (Salesforce/Divulgação)

Todas as cores: sede da Salesforce, em São Francisco (EUA), exibe tons que representam a comunidade LGBTQIA+ em celebração à Parada do Orgulho (Salesforce/Divulgação)

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Publicado em 25 de abril de 2022 às 22h14.

Última atualização em 2 de maio de 2022 às 11h20.

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As pesquisas apontam que empresas inclusivas e diversas têm mais chances de reter talentos, conquistar a lealdade de consumidores e, consequentemente, lucrar mais e entregar melhores resultados. Mas as desigualdades crônicas do mercado de trabalho estão longe de serem extintas. Na prática, os desafios se mantêm gigantescos e estarrecedores.

Em uma das edições especiais de EXAME CEO destacamos um levantamento feito pela recrutadora Talenses em parceria com o Insper: o Panorama Mulher. Nele, das 532 companhias analisadas, só 13% são presididas por mulheres. Dessas, menos de 2% são negras; e em todas as demais, brancas — não há representatividade parda, amarela ou indígena. Dos mandachuvas do sexo masculino, 95% são brancos.

Para falar sobre como mudar o cenário de desigualdade de oportunidades, reunimos três profissionais de peso. Karina Lima, vice-presidente regional da Salesforce Brasil, é mulher, cis, parda, filha de mãe preta e pai indígena. Thales Alexandre Porto, consultor de soluções da Salesforce, um homem negro, gay e nordestino. Gustavo Narciso, diretor-executivo do Instituto C&A, um homem negro, gay e orgulhoso de seus dredges no cabelo.

Maioria tratada como minoria

Durante o bate-papo, Karina destacou que em      um país tão grande e diverso como o Brasil, onde as pessoas “partem de lugares diferentes, de realidades e desafios diferentes, a gente não pode tratá-los como iguais para que cheguem no mesmo lugar”. “Precisamos respeitar, escutar e entender e ter ações de fato proativas e intencionais para tentar fazer a diferença”, defende a executiva.

Em um artigo no LinkedIn, ela se compromete a entrevistar uma pessoa de grupos sub-representados todos os meses, e chama a atenção para a publicação de vagas que exigem o inglês, ainda que o idioma não seja praticado no dia a dia.

Thales Porto concordou – e chamou a atenção para o viés inconsciente dos recrutadores. Ele afirma que passou por diversas entrevistas até entender que o problema não era sua qualificação técnica, mas sim o sotaque, as expressões regionais, e o fato de ser gay. “Comecei a ensaiar como seria um homem hétero e deu resultado. Na segunda entrevista, passei”, diz ele.

Hoje na Salesforce, onde começou a trabalhar tempos depois, Porto se diz feliz por poder fazer coisas simples, como se expressar, deixar o cabelo crescer, e poder mencionar o seu namoro. Ele faz parte também do BOLDforce – um grupo de trabalho que tem como objetivo expandir e capacitar a comunidade negra da Salesforce – e do Outforce, que reúne membros e aliados LGBTQIA+.

Para quem quiser se aprofundar no tema, a empresa de CRM oferece o curso Cultive a igualdade no trabalho. Os módulos estão disponíveis no Trailhead – plataforma criada para que os profissionais possam aprofundar as habilidades técnicas, empresariais e interpessoais buscadas pelos empregadores.

Iniciativas em prol da inclusão

Outra empresa com iniciativas voltadas para a promoção da diversidade e inclusão é a C&A, representada no vídeo acima pelo Gustavo Narciso. Ele é diretor-executivo do Instituto C&A, braço social da companhia, e que tem como propósito fortalecer comunidades brasileiras por meio da moda.

Para fomentar o empreendedorismo, a C&A lançou, no ano passado, um edital específico para marcas lideradas por pessoas negras e indígenas, e conectou seis dos grandes destaques desse projeto ao marketplace da C&A por meio do projeto Feira Preta na C&A.

Equidade da moda: por meio do Instituto C&A, a empresa promove programas de voluntariado, empreendedorismo e ações sociais em comunidades (Salesforce/Divulgação)

Há três décadas, a empresa também convida os colaboradores a fazer parte de ações sociais nos locais onde está presente. “Por meio dos programas de voluntariado, a gente consegue trazer para os nossos colaboradores mais consciência social, mais noção, percepção e experiência local do que é uma comunidade em situação de extrema vulnerabilidade. Isso permite humanizar as relações e traz esse repertório para dentro do nosso time”, diz Narciso.

A Salesforce adota um modelo diferente de voluntariado: o Pledge 1%. Nesse modelo, dispende 1% de seu tempo, receita e produto a comunidades. Para Karina, esse tipo de iniciativa faz toda a diferença em todos os âmbitos do ESG – sigla que representa as melhores práticas sociais, ambientais e de governança de uma empresa. “Se não é só pela causa, faça, comece, porque você vai impactar a vida de muita gente.”

De acordo com o State of the Connected Customer, uma pesquisa feita pela Salesforce com 15 mil consumidores e compradores empresariais globais, 80% dos respondentes dizem que a experiência com a marca é tão importante quanto a qualidade dos produtos e serviços que ela oferece.

Às empresas que estão se estruturando para adotar um ambiente mais diverso e inclusivo, Karina dá uma dica: “Tenha uma forma de medir o impacto dessas ações para que de fato você possa melhorá-las. Não espere outra geração aparecer para que a gente possa perceber essa diferença de um mundo melhor para nós, para as nossas organizações, funcionários e descendentes, que é o que no fundo a gente quer.”

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