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Com 1.500 lojas, Wizard planeja ser rei do fast food no Brasil

Redes de comida rápida se tornaram uma das recentes apostas de Martins para multiplicar sua fortuna

Carlos Wizard Martins: "Nossa meta é ter 1.500 restaurantes em 10 anos", disse (Carlos Wizard Martins/Divulgação)
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Reuters

Publicado em 31 de janeiro de 2018 às 20h52.

Última atualização em 31 de agosto de 2018 às 10h49.

São Paulo - O grupo Sforza planeja multiplicar por seis o número de lojas das marcas Pizza Hut, KFC e Taco Bell, o que pode tornar a família do empresário Carlos Wizard Martins em dona da maior rede brasileira de fast food do país na próxima década.

"Nossa meta é ter 1.500 restaurantes em 10 anos", disse Martins nesta quarta-feira em entrevista à Reuters, referindo-se ao conjunto das marcas, incluindo lojas próprias e franquias.

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Redes de comida rápida se tornaram uma das recentes apostas de Martins para multiplicar sua fortuna, após ter vendido o Grupo Multi, dono da rede de escolas Wizard, que ele fundou, à britânica Pearson por cerca de 2 bilhões de reais, em 2014.

Após ter trazido a bandeira de comida mexicana Taco Bell ao país em junho passado, no começo de 2018 o Sforza fez acordo com a Yum! Brands, maior empresa de restaurantes do mundo, para assumir as operações das marcas Pizza Hut e KFC no país. Juntas, as três bandeiras têm 250 lojas no Brasil.

Se atingida, a meta pode fazer o grupo superar cadeias conhecidas de fast food no país. A Arcos Dourados, que administra a franquia do McDonald's na América Latina, tinha 910 lojas no Brasil no fim do terceiro trimestre. O Habib's afirmou ter 580 lojas no fim de 2017, incluindo os restaurantes da marca Ragazzo.

Antes de se enveredar para o fast food, parte dos recursos do venda do Grupo Multi se espalharam por um leque diversificado de 14 negócios, que inclui desde rede de produtos naturais Mundo Verde, comprada em 2015, escolinhas de futebol, marcas de artigos esportivos (Topper e Rainha) e logística, conjunto que Martins afirma valer cerca de 2 bilhões de reais.

Segundo o empresário, características estruturais do Brasil, como gradual crescimento da renda das famílias, é propício para expansão dessas linhas de negócios, e tende a acontecer com ou sem a ajuda de um cenário político e econômico favorável.

"Naturalmente, espero que a próxima eleição no país traga um governo mais liberal, que desburocratize o setor público, reduza a carga tributária e incentive o empreendedorismo. Mas não olho para isso antes de decidir investimentos", afirmou Martins.

Cosméticos multinível

Quase simultaneamente à entrada no mercado de alimentação rápida, o Sforza estreou em duas áreas de negócios no final de 2017, segmentos que o empresário vê com potencial gigantesco.

Um deles é a venda de cosméticos porta a porta, sob a bandeira Aloha, modelo pelo qual emergiram marcas hoje conhecidas como Natura e Avon.

Nos últimos anos, outras marcas de cosméticos como Mary Kay e Hinode ganharam visibilidade combinando as vendas com um sistema que ficou conhecido como marketing multinível, que premia revendedores por performance e atração de novos colaboradores, algumas vezes acusados de serem pirâmides financeiras.

"O negócio de marketing multinível é um mercado que pode bilionário no país", diz Martins. "Esse setor ganhou um tom pejorativo por causa de alguns casos específicos, mas tem gente séria no mercado", afirmou.

Para o empresário, a venda porta a porta foi um caminho para trabalhar com um público empreendedor, sem recursos para comprar uma franquia, mas que pode do mesmo modo desenvolver habilidades de gestão de negócios.

Criada no fim do ano passado, a marca comandada pelas filhas de Martins é hoje distribuída por cerca de 5 mil revendedoras. A meta é que esse número de representantes chegue a 50 mil até o fim deste ano, disse ele.

Fintechs

Outra aposta recente do Sforza foi em fintechs, plataformas eletrônicas de serviços financeiros. Uma delas é a Hub Fintech, especializada em meios de pagamentos, informações de crédito, vales-presente, cartões corporativos e cartões de benefícios.

A outra é o Social Bank, sistema que usa o telefone celular como uma espécie de conta bancária para transações como pagamentos de contas e transferências de valores e crédito entre tomadores e investidores (peer to peer).

"E esse sistema vai ser um canal para uma oferta diversificada de produtos financeiros, mas totalmente fora do ambiente bancário", disse Martins.

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