Cofco acompanha Wilmar e MSF e vai vender açúcar australiano
Tully Sugar vai interromper a partir de 2017 a venda de açúcar por meio de uma comercializadora que reúne indústrias do país
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2014 às 14h03.
Sydney - A Tully Sugar, unidade australiana da gigante chinesa do agronegócio Cofco, vai interromper a partir de 2017 a venda de açúcar por meio de uma comercializadora que reúne indústrias do país, em mais um capítulo da reestruturação que abala a terceira maior fornecedora global de açúcar bruto.
O movimento por parte da Tully Sugar ocorre depois que a Wilmar International e a MSF Sugar, de propriedade da gigante tailandesa Mitr Phol, anunciaram que vão encerrar os acordos e sair da Queensland Sugar Limited (QSL), uma comercializadora que reunia as principais usinas do país.
O distanciamento do modelo de mesa única de comercialização sofre resistência por parte dos produtores rurais que abastecem as indústrias, sob a alegação de que a precificação pode se tornar menos transparente.
No entanto, a Tully Sugar disse que depois que a Wilmar e a MSF anunciaram sua saída, não houve opção além de acompanhar o movimento.
"As recentes decisões da Wilmar e da MSF Sugar de cancelar seus acordos até o fim da temporada 2016 significa que a QSL vai perder mais de 70 por cento do seu volume de exportação e sua vantagem competitiva no mercado", disse Alick Osborne, presidente da Tully Sugar.
"Isso representa riscos inaceitáveis para nosso negócios e nossos fornecedores." A Wilmar disse que decidiu sair da QSL por considerar que conseguirá melhores preços por meio de sua própria divisão de comercialização. A MSF disse que estava preocupada com o futuro da QSL sem a Wilmar.
A saída das três maiores processadoras de açúcar levanta dúvidas sobre o futuro do modelo tradicional de uma mesa unificada de comercialização.
A QSL reconheceu o desejo para um novo modelo de vendas, mas disse que um modelo colaborativo é necessário para evitar um colapso na confiança dos produtores.
A associação CaneGrowers, que reúne produtores da cana australianos, descreveu a debandada da QSL como "uma farsa", porque irá tirar a transparência do mercado.
A Austrália deverá produzir 4,6 milhões de toneladas de açúcar na temporada 2014/15, segundo dados oficiais.